Na conferência de imprensa de atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus, revelou o secretário de Estado da Saúde que "começam hoje os testes de segurança da aplicação" StayAway Covid. De acordo com o Centro Nacional de Cibersegurança, "terão duração de duas semanas".
Estamos, como explicou António Lacerda Sales, "em fase piloto com os dois sistemas operativos" e tudo tem "decorrido como esperado".
Ainda no âmbito da aplicação, garantiu o governante que os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde estão "a trabalhar para garantir que o SNS24 tem toda a informação necessária para dar resposta às questões da aplicação e garantir o encaminhamento se necessário".
Relatório sobre surto em Reguengos de Monsaraz
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, admitiu, este fim de semana em entrevista ao Expresso, que não leu o relatório sobre o surto da Covid-19 num lar de Reguengos de Monsaraz, onde morreram 18 pessoas - declarações que motivaram várias críticas. Com efeito, o secretário de Estado da Saúde foi questionado, esta segunda-feira, sobre se o Ministério da Saúde leu o documento.
O governante respondeu de forma perentória, indicando que o "Ministério da Saúde analisa todos os documentos e relatórios que lhe chegam. Obviamente não vamos comentar, sendo matéria que está sobre investigação do Ministério Público".
Mais ainda. Lacerda Sales revelou que "relatórios são sempre bem vindos para nos ajudar a apurar responsabilidades e a melhorar para proteger estas faixas mais vulneráveis".
A respeito das estruturas residenciais para idosos, no Alentejo, já "foram visitados 261" de um total de 283, sendo que "todas as desconformidades são registadas para se poder corrigir e agir de maneira preventiva".
Este Governo, acrescentou o secretário de Estado, "tem atuado nessa matéria [lares de idosos] e medidas têm sido tomadas", nomeadamente "as testagens preventivas a funcionários dos lares, as visitas com as equipas mistas as lares, o programa de contratação de recursos humanos com cerca de seis mil pessoas já colocadas e a linha telefónica dirigida para lares".
Questionado diretamente sobre se leu o relatório, Lacerda Sales respondeu: "Com certeza". Graça Freitas, que marcou também presença na conferência de imprensa, admitiu igualmente ter lido o documento e acrescentou: "Temos obrigação de ler os relatórios que nos chegam e retirar deles os ensinamentos, fazer comentários e acrescentos".
Surto em Mora "é complexo"
Graça Freitas esclareceu que este é "surto complexo porque tem mais de 300 pessoas potencialmente envolvidas", sendo que "a maior parte delas já foram testadas”. Revelou igualmente a diretora-geral da Saúde que, "quer a origem, quer as cadeias de transmissão do surto estão ainda sob investigação, não são apenas os casos iniciais que interessam".
Apesar de o autarca de Mora, Luís Simão, ter revelado esta segunda-feira que o número de infetados na região se cifrava nos 42, Graça Freitas indicou que esse número é de 40.
Considerando que o surto "está em investigação. É precoce estar a fazer afirmações sobre a origem e as cadeias subsequentes", vincou.
Surto em Montemor-o-Novo
Há, porém, outra preocupação. "Há um outro surto em Montemor-o-Novo com 24 casos que aparentemente está relacionado [com o de Mora]". Porém, acrescentou, "só quando as investigações terminarem é que podemos reconstituir as cadeias de transmissão e ramificações que podem dar origem a outros pequenos surtos/focos".
Até ao momento, já foram realizados "225 testes neste segundo foco possivelmente relacionado com o primeiro".
Reveja aqui a conferência de imprensa:
