O ministro falava à Lusa, por telefone, depois de participar, em Berlim, no Conselho informal de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) e num almoço de trabalho dos 27 com o chefe da diplomacia israelita, Gabi Ashkenazi.
"Falando em nome de Portugal, tive a preocupação essencial de dizer ao ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel que saudávamos o acordo com os Emirados Árabes Unidos", afirmou.
O apoio, explicou, deve-se a "várias razoes", "a principal das quais o facto de esse acordo representar a suspensão dos planos de anexação no Vale do Jordão", para Portugal "a questão mais urgente".
"Queria valorizar, aliás também a beneficio da UE, o facto de até agora termos conseguido um objetivo que definimos como essencial desde o momento em que Israel anunciou as suas intenções de anexar: convencer Israel a não o fazer, contribuir para que fosse impedida a concretização do plano de anexação, que do nosso ponto de vista colocaria em sério risco a solução dos dois Estados", acrescentou Santos Silva.
Com o acordo alcançado, os Emirados tornam-se o primeiro Estado Árabe do Golfo a estabelecer relações diplomáticas com Israel e a terceira nação árabe a fazê-lo, depois do Egito (1979) e da Jordânia (1994).
A normalização das relações entre Israel e os Emirados fazia parte do plano do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para o Médio Oriente, apresentado em janeiro, que previa também a anexação por Israel do vale do Jordão e de colonatos na Cisjordânia.
Segundo o príncipe herdeiro dos Emirados, Mohammed bin Zayed, o acordo "foi alcançado para encerrar qualquer anexação adicional de territórios palestinianos".
Mas, para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o plano de anexação de partes da Cisjordânia ficou "adiado" com o acordo com os Emirados Árabes Unidos, mas pode avançar um dia.