No penúltimo dia de trabalho, Pinto Monteiro pediu ao Supremo Tribunal que validasse escutas telefónicas que envolvem Passos Coelho. Fonte judicial confirmou ao Expresso que o “primeiro-ministro foi escutado fortuitamente no âmbito do processo ‘Monte Branco’”, sem revelar, contudo, o segundo interveniente na conversa.
O CD, com as referidas conversas, foi entregue na Procuradoria-Geral da República por Cândida Almeida, a directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP). O pedido de validação foi dirigido a Noronha de Nascimento, o presidente do Supremo Tribunal, que se encontra em Timor-Leste.
O pedido de validação não foi, contudo, acompanhado por qualquer participação-crime. Ao contrário do que aconteceu com José Sócrates no processo ‘Face Oculta’, o procurador que dirige a operação ‘Monte Branco’ não especificou por que razão as conversas foram consideradas suspeitas.
Contacto pelo Expresso, o gabinete de Passos Coelho disse não comentar “aquilo que desconhecemos”.
O caso ‘Monte Branco’ envolve quatro banqueiros portugueses e suíços (Michel Canals, Nicolas Figueiredo, José Pinto e Ricardo Arcos Castro) e um cambista (Francisco Canas) que foram detidos em Maio pelo DCIAP por suspeita de fraude fiscal e branqueamento de capitais. Três estão em prisão preventiva e dois estão em liberdade depois de terem pago uma caução.