"Lamentamos a decisão britânica de excluir Portugal continental da lista de países isentos de quarentena", reagiu esta quinta-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros à decisão do governo britânico em excluir Portugal Continental do seu corredor aéreo. A tutela acrescenta, porém, que "valoriza a manutenção dos Açores e da Madeira".
Recorde-se que o governo britânico decidiu hoje voltar a remover o país da lista de países seguros, com exceção de Madeira e Açores, querendo isto dizer que os passageiros oriundos de Portugal que aterrem no Reino Unido terão que cumprir uma quarentena obrigatória de 14 dias, numa decisão que, embora esperada, irá ter impacto na retoma económica, em particular, no turismo.
Num curto comunicado publicado através do Twitter, o ministério de Augusto Santos Silva assegura que as "regras sanitárias e a eficácia do nosso SNS têm reconhecidamente permitido controlar os efeitos da pandemia", ainda que nos últimos dias se tenha assistido a um aumento significativo no número de casos diários.
"Portugal continuará a remeter toda a informação sobre a evolução da situação epidemiológica no espírito de total transparência que caracteriza o nosso diálogo com o Reino Unido", acrescenta a nota, reforçando que o combate à doença deve ser feito por todos, "com firmeza, equilíbrio e previsibilidade".
Portugal continuará a remeter toda a informação sobre a evolução da situação epidemiológica no espírito de total transparência que caracteriza o nosso diálogo com o Reino Unido. Devemos combater a #COVIDー19 juntos, com firmeza, equilíbrio e previsibilidade.
— N Estrangeiros PT (@nestrangeiro_pt) September 10, 2020
Sublinhe-se que, na semana passada, o Reino Unido estava dividido sobre impor ou não quarentena aos passageiros que chegam de Portugal, tendo a Escócia e o País de Gales optado pela quarentena obrigatória, mas não Inglaterra, que agora optou pela mesma medida de prevenção, por considerar que o risco de infeção pelo novo coronavírus aumentou.
Toda a região, porém, mantém a exceção para as ilhas.
Esta decisão vem no seguimento do aumento de novos casos que tem sido registado no país desde o final de agosto, com maior incidência nos últimos dias. Portugal registou ontem o número mais alto de novos casos (646) desde dia 20 de abril, e hoje foram notificados mais 585 novas infeções.