"O Governo continuará empenhado em permitir o regresso à normalidade possível das modalidades desportivas e do futebol, mas as autoridades de saúde não abdicam de usar todos os meios legais e de saúde publica para limitar a propagação do vírus", começou por dizer António Lacerda Sales, em conferência de imprensa.
Depois do adiamento dos jogos da II Liga Feirense-Desportivo de Chaves e Académico de Viseu-Académica, que deveriam ter sido realizados no passado fim de semana, António Lacerda Sales salientou que "as condições de avaliação cabem às autoridades locais de saúde".
"As condições de avaliação serão sempre muito diferentes de local para local, porque as condições epidemiológicas são diferentes de local para local. Para problemas diferentes, encontraremos soluções diferentes. Numa altura em que o país sobe para o estado contingência, o futebol, ou qualquer outra atividade, não pode dar sinais contrários", referiu.
O secretário de Estado disse que "existem normas e situações locais muito específicas, que funcionam de forma diferente", exemplificando que "no fim de semana, a condição em Viseu não seria igual a outros locais e regiões".
Lacerda Sales considerou que "o futebol quererá manter a excelente imagem deixada aquando da retoma da época passada", antes de deixar um reparo: "Podemos gostar de futebol e avaliar uma regra de fora de jogo, mas o futebol não quererá, certamente, avaliar de forma técnico-científica as regras da saúde pública."
Na sexta-feira, o Feirense-Desportivo de Chaves, da primeira jornada II Liga, foi adiado quando os jogadores já se encontravam em campo e preparados para iniciar o jogo, num dia em que o conjunto flaviense revelou ter tido quatro resultados positivos a covid-19 no grupo de trabalho.
No mesmo dia, a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) anunciou igualmente o adiamento do Académico de Viseu-Académica, após a confirmação de casos positivos no emblema viseense, o que levou a que o organismo se reúna hoje com o secretário de Estado da Saúde.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 924.968 mortos e mais de 29 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.871 pessoas dos 64.596 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.