João Lobo, presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, realizou, durante a tarde desta segunda-feira, um ponto de situação sobre o incêndio que deflagrou no concelho, ontem, e que hoje já atingiu os concelhos de Oleiros e Castelo Branco.
"O incêndio que deflagrou este domingo, 13 de setembro, cerca das 14h00, continua ativo, com várias frentes em Proença-a-Nova", começou por sublinhar o autarca, num comunicado enviado esta segunda-feira às redações.
Deixando, de seguida, uma "palavra de amizade e solidariedade" para os concelhos vizinhos que já sofrem com a destruição do incêndio, João Lobo recorda que este "foi um fogo muito rápido na sua progressão devido ao vento" e que, de facto, verificou-se uma "insuficiência de meios na sua parte inicial". "Tanto mais que tivemos, por exemplo, a povoação das Fórneas sem carros de combate e a população teve de se unir e fazer um esforço que importa registar para salvaguardar a aldeia", detalhou o presidente da Câmara.
Até ao momento, expôs o autarca, na progressão deste incêndio já foram afetadas as povoações de Cunqueiros, onde começou, Travesso, Herdade, Esfrega, Dáspera, Mó, Alvito da Beira e Fórneas, "no fundo toda a zona norte do concelho que ainda tínhamos verde".
"Grande parte dessa área era regeneração dos fogos de 2003, portanto, floresta com 17 anos que agora perdemos. A Dáspera foi a povoação mais afetada porque o incêndio penetrou no núcleo da aldeia, sem com isso criar danos em casas de habitação, também muito por influência da sua população e da sua atitude, que depois teve o apoio de bombeiros durante a noite", denota também João Lobo.
Sobre o dia de hoje, o autarca revelou que já há equipas do município a fazer "um primeiro levantamento quanto aos danos e as necessidades das populações relativamente quer à parte agropecuária, quer aos danos causados nas infraestruturas", numa tentativa de realizar uma primeira avaliação das consequências da "tragédia".
"O município de Proença-a-Nova encontrar-se-á sempre disponível para encontrar soluções, mas que sejam soluções pensadas, rápidas e que se traduzam em ação", garante também o presidente.
Por fim, João Lobo deixou "uma palavra última" para os bombeiros locais que têm estado sempre na primeira linha": "São mais cinco vítimas, bombeiros que ficaram feridos mas que, felizmente, neste momento, nenhum se encontra em perigo. Contudo, dois deles ficarão com sequelas devido às queimaduras que sofreram. No incêndio de 25 de julho já tínhamos perdido uma vida humana e tivemos quatro outros bombeiros feridos. Nestes dois incêndios perdemos três viaturas. É, por isso, o momento para ressalvar a condição da corporação dos Bombeiros Voluntários de Proença-a-Nova, o seu comando e a sua direção, naquilo que tem sido de facto a resiliência em enfrentar estes infortúnios e mesmo assim não abandonarem o seu posto".
O fogo que deflagrou em Proença-a-Nova no domingo alastrou aos concelhos de Castelo Branco e Oleiros, sendo neste último município que as atenções da Proteção Civil estão mais focadas, havendo mais de mil operacionais a combater as chamas, neste momento. O incêndio, que queimou quase 2.300 hectares em menos de três horas no seu início, conta com um perímetro de mais de 55 quilómetros, afirmou hoje o comandante operacional do Agrupamento Distrital do Centro Sul, Luís Belo Costa, referindo que durante a noite e a manhã foi impossível fazer combate direto à cabeça de incêndio.
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