Já decorreu mais uma conferência de imprensa de atualização dos principais desenvolvimentos da pandemia da Covid-19 em Portugal. Como é habitual, o briefing, desta sexta-feira, começou com uma análise sobre a mais recente revisão dos dados epidemiológicos no país, momentos após ter sido revelado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) que, nas últimas 24 horas, foram reportados, mais seis mortos e 780 casos confirmados de Covid-19.
Em direto do Ministério da Saúde, Marta Temido começou por destacar que "32% dos novos casos são a Norte e 54% em Lisboa e Vale do Tejo (LVT)". Sobre os seis óbitos reportados hoje, a ministra revelou que três das vítimas tinham mais de 80 anos e as restantes menos de 69 anos.
Já a taxa de letalidade, acrescentou a governante, encontra-se agora nos 2,8% e, acima dos 70 anos, nos 14%. Atualmente, há 265 surtos no país, designamente: 127 na região Norte, 78 em LVT, 26 no Centro, 21 no Algarve e 13 na zona do Alentejo.
Marta Temido aproveitou ainda para recordar, na sua intervenção inicial, que "a vida é mais complexa do que fechar e confinar" e apelou, novamente, à responsabilidade individual na prevenção da Covid-19, como uma forma de travar o vírus: "Depende de cada um de nós. Está nas mãos de cada um de nós. Isso exige cooperação e solidariedade. Nenhuma medida isolada é suficiente. A melhor receita é o distanciamento físico, a utilização da máscara, etiqueta respiratória, higienização das mãos e adesão à aplicação 'StayAway Covid'".
DGS tem "toda a confiança na organização do Santuário de Fátima"
Confrontada, mais uma vez, com a peregrinação ao Santuário de Fátima no 13 de Outubro, Graça Freitas revelou que a reunião que tinha sido solicitada pelo Santuário está prevista para a próxima segunda-feira. Do encontro, em que estará presente o secretário de Estado da Saúde, António Sales e a DGS, a responsável defendeu que "certamente" irá ser encontrada "uma solução que não ponha a Saúde Pública em risco". "[A DGS] tem toda a confiança na organização do Santuário de Fátima", declarou a diretora-geral da saúde.
"As remodelações são uma parte normal das dinâmicas dos governos"
Sobre a saída de Jamila Madeira do Executivo, Marta Temido foi peremptória, sublinhando que "as remodelações são uma parte normal das dinâmicas dos governos" e que com estas "procura-se afinar métodos de trabalho e aprofundar resultados, independentemente, do esforço de quem tenha ocupado esse lugar".
Mais, para a governante, foi quando assumiu o cargo de ministra que percebeu o "enorme respeito" que deve ser demonstrado pelos titulares das pastas da Saúde. "São lugares muito desafiantes e muitos exigentes. Portanto, tenho um grande respeito por quem, em qualquer circunstância, tenha desempenhado tanto o cargo de secretário de Estado da Saúde como de ministro da Saúde", vincou.
Campanha de vacinação contra gripe começa mais cedo
Graça Freitas voltou hoje a apelar à vacinação contra a gripe, recordando que este ano as tomas têm importância acrescida tendo em conta a pandemia, e anunciou que a campanha irá começar antecipadamente, sendo que, em vez de ter início em meados de outubro, como é habitual, arrancará no próximo dia 28 de setembro.
Para além da antecipação, a diretora-geral da saúde revelou também que já foram adquiridas mais vacinas do que no ano passado e que está prevista a chegada de uma outra tranche, brevemente: "Comprámos mais de dois milhões de doses a duas empresas. São vacinas com bastante qualidade e aprovadas pela Organização Mundial de Saúde. Apanhar uma marca ou outra é igual".
Esta vacinação realizada pelo Serviço Nacional de Saúde é para a primeira fase, ou seja, para os cidadãos considerados prioritários, como por exemplo, os idosos ou os doentes crónicos. Contudo, esclareceu ainda Graça Freitas, este ano as mulheres grávidas também estão incluídas neste grupo de prioritários.
A "nota para a sociedade" de Marta Temido
Ainda em conferência de imprensa, a ministra da saúde quis deixar uma "nota para a sociedade" quando confrontada com questões sobre os possíveis efeitos negativos de certas medidas de prevenção para a Covid-19 e sobre as concentrações registadas às portas de escolas ou centros de saúde.
Assumindo que, tal como os medicamentos, as normas contra o novo vírus são prejudiciais de várias formas, incluindo para a saúde mental, a governante recordou que estas orientações têm em vista, a par do que tem sido adoptado pelos restantes países da União Europeia, "procurar o melhor equilíbrio possível num contexto que sabemos adverso".
Quantos aos ajuntamentos de pessoas à entrada de escolas ou unidades de saúde, a ministra garantiu que estão a ser pensadas soluções alternativas para contornar a situação, mas apontou que este é "um período de adaptação".
"São adaptações que são feitas na nossa vida quotidiana, porque todos nós já passámos nos últimos meses por experiências pessoais de adaptação e é isso que também é ser resiliente. A resiliência de que falamos não é so uma questão dos Estados é também das pessoas e isto é muito importante no ponto de vista da saúde mental: é nós nos adaptarmos e respondermos a um contexto adverso o mais positivamente possível", denotou Marta Temido, concluindo que a vida prática com a Covid é muito mais difícil, mas é um esforço de todos".
Acompanhe aqui a conferência na íntegra:
[Notícia atualizada às 17h21]