Lar ilegal em Gondomar onde foram detetados 29 infetados foi fiscalizado

O lar ilegal de Gondomar onde foi registada uma morte e detetados 29 casos de covid-19 foi hoje alvo de uma inspeção da Segurança Social e da Proteção Civil local, descreveu à Lusa o presidente da câmara.

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© Eduardo Parra/Europa Press via Getty Images

Lusa
18/09/2020 15:36 ‧ 18/09/2020 por Lusa

País

Covid-19

"Foi uma inspeção de acompanhamento para fazer um ponto de situação e verificar se as recomendações estão a ser cumpridas [pelos responsáveis do lar], se os idosos estão bem nutridos e vigiados, estáveis, separados por infetados e não infetados", disse Marco Martins.

O autarca de Gondomar, no distrito do Porto, contou que a decisão de efetuar esta inspeção foi da iniciativa da Segurança Social que "estranhou" a recusa por parte dos proprietários do lar à entrada de "pessoas externas" durante o período da noite.

"A recusar a entrada à noite foi estranha. Um sinal de alerta que fez acelerar esta inspeção", descreveu o autarca.

Na inspeção participaram elementos da Proteção Civil de Gondomar, o delegado de saúde local e a responsável concelhia da Segurança Social.

Em causa está a situação num lar de Gondomar onde já foi registado um óbito devido ao novo coronavírus e onde 21 dos 30 idosos e oito funcionários testaram positivo à covid-19.

Um idoso de 90 anos, que fazia hemodiálise e que morreu na semana passada, terá estado na origem do surto de covid-19.

Marco Martins acrescentou hoje que uma idosa, de 93 anos, "com várias patologias associadas" e que testou positivo ao novo coronavírus foi hospitalizada na quinta-feira à noite no Hospital de Santo António, no Porto.

De acordo com o autarca, na próxima terça-feira os utentes que testaram negativo voltarão a ser testados, sendo transferidos caso não acusem positivo.

Atualmente, os utentes estão separados no interior do lar, com os utentes não infetados a permanecer no andar inferior da casa.

Estima-se que mais de 150 pessoas com ligação direta ou indireta ao lar estão em casa a cumprir isolamento profilático, nomeadamente devido a contacto com funcionários da residência sénior.

Entretanto já estão ao serviço os seis novos funcionários que a Segurança Social se comprometeu a contratar para este lar ilegal.

Estes funcionários foram recrutados através da rede da Cruz Vermelha Portuguesa para prestar serviço no lar que ficou com quatro funcionários em serviço após ter sido detetado o surto e oito terem ficado em isolamento.

"O lar também já contactou empresas de trabalho temporário e o Centro de Emprego está a fazer um esforço muito grande. Mas é muito difícil porque não existem pessoas disponíveis", revelou na quarta-feira o presidente da câmara de Gondomar.

Marco Martins referiu ainda que "o lar também já conseguiu resolver a situação das refeições e do serviço de lavandaria, contratando fora".

Hoje o autarca contou que os novos recursos humanos estão a trabalhar "em pleno" com um "regime de rotatividade e horário e escala montados".

"Temos acompanhado diariamente. Este lar nunca foi legalizado porque não cumpria os requisitos. Nunca foi legalizado nem aqui [câmara] nem na Segurança Social. Agora importa assegurar a saúde e bem-estar de todos e da comunidade, mas as responsabilidades serão apuradas", disse Marco Martins.

A Lusa, no local, tentou uma reação dos proprietários do lar, mas tal não foi possível.

Portugal contabiliza pelo menos 1.894 mortos associados à covid-19 em 67.176 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 946 mil mortos no mundo desde dezembro do ano passado.

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