"Sempre o dissemos, na primeira fase, que tínhamos interesse em contar com o setor privado e social para organizar as respostas", disse Marta Temido, dando como exemplo que metade dos testes à covid-10 são "feitos no privado e na academia".
Também existem acordos preparados na primeira fase de resposta à doença, a nível dos internamentos, que poderão ser ativados, existindo ainda a possibilidade da requisição civil, disse Marta Temido na conferência de imprensa regular sobre a covid-19, onde foi questionada sobre o plano das autoridades de saúde.
Sobre a criação de unidades de retaguarda, Marta Temido lembrou que na primeira fase de pandemia havia cerca de 700 pontos de retaguarda com 20 mil lugares disponíveis e que, neste momento, estão a proceder à sua reativação "um pouco por todo o país".
Ainda sobre o plano, explicou que numa fase de resposta normal à pandemia todas as unidades acomodarão simultaneamente respostas covid e não covid.
"Mas poderá haver afetação de alguns edifícios dentro de determinadas unidades apenas para respostas covid e poderá haver a afetação de determinadas respostas em áreas metropolitanas, com uma maior pressão, de casos apenas a covid e depois há hospitais que não têm esse tipo de resposta", esclareceu.
Marta Temido sublinhou que há "um nível de decisão que é operacional e tático", acrescentando que "este plano é um quadro de referência, orientador" que se destina a identificar quais são os desafios, objetivos, eixos estratégicos de ação e neste eixo foi destacado a resposta à doença não covid.
Questionada sobre as críticas dos médicos e administradores hospitalares de que o plano ficou "aquém das expectativas", comentou que "ninguém conseguiria aplicar um plano desenhado a régua e esquadro, ao milímetro e desenhado em serviços centrais".
No discurso inicial na conferência, Marta Temido disse que este plano tem "um conjunto de ações e medidas que estão a ser realizadas no terreno", mas que ele radica também nos recursos humanos, sobretudo nos que trabalham no Serviço Nacional de Saúde.
Em resposta às questões que têm sido referidas sobre o número de profissionais que o SNS dispõe atualmente, a ministra lembrou que desde o final de 2015 a dezembro de 2019 foram contratados 15.425 profissionais.
Desde o início deste ano, dispõe de mais 5.216 profissionais de saúde, 1.527 dos quais são enfermeiros, 1.784 assistentes operacionais, 542 assistentes técnicos, 445 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica.
A ministra explicou ainda que "por força do estado de emergência e do estado de calamidade" a realização da tradicional época de avaliação de candidatos a recém-especialistas em Medicina este ano "aconteceu mais tarde".
Decorrentes da homologação das notas, os concursos iniciaram-se durante o período de férias e estão neste momento a decorrer, sendo que os especialistas serão "contratados uns meses, umas semanas mais tarde" do que era habitual.
Segundo a ministra, o concurso para a colocação de especialistas de medicina geral e familiar vai permitir contratar profissionais a partir de outubro.