Câmara encerra lar ilegal em Gondomar após cinco novos casos positivos

O lar ilegal Paródias e Ternuras, em Gondomar, foi hoje encerrado coercivamente após terem sido detetados mais cinco casos de covid-19 a juntar aos 29 iniciais, anunciou o presidente da câmara, Marco Martins.

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© Eduardo Parra/Europa Press via Getty Images

Lusa
23/09/2020 17:22 ‧ 23/09/2020 por Lusa

País

Covid-19

 

"Foram repetidos ontem [segunda-feira] os testes e os resultados chegaram na última madrugada, concluindo-se haver mais quatro utentes positivos - apenas cinco continuam a testar negativo - e também a proprietária infetada, que era quem estava a gerir o lar. Logo, o lar está sem gestão", informou o autarca.

O caso do lar ilegal foi tornado público a 15 de setembro, com 29 infetados e um morto, mas o cenário agravou-se, explicou Marco Martins, dando conta também de "uma segunda morte, de uma idosa que teve de ser hospitalizada na semana passada".

"Hoje de manhã, a Comissão Municipal de Proteção Civil reuniu e foi decidido encerrar coercivamente o lar", afirmou o autarca de Gondomar.

Sobre as soluções encontradas para os utentes, Marco Martins informou que "em articulação com a Segurança Social, os cinco negativos vão ser evacuados" para uma estrutura daquela instituição, em Vila Nova de Gaia.

Os outros 24 serão transferidos nas próximas horas para o Hospital Fernando Pessoa, em Gondomar, disse.

A câmara, salientou, "assumirá numa primeira fase os custos dessa hospitalização, vendo-se nos próximos dias se se serão transferidos para o centro covid distrital que está a ser montado".

Marco Martins disse posteriormente, contactado pela Lusa, "desconhecer ainda a localização" do referido centro covid distrital.

No último fim de semana, observou, "cinco utentes tiveram de ser hospitalizados, mas os demais não têm necessidade de grandes cuidados".

A transferência dos utentes "vai ser coordenada pela Proteção Civil e aguarda-se apenas que o hospital tenha condições logísticas para receber as 24 pessoas".

"O espaço foi encerrado por falta de condições sanitárias e por falta de licença de utilização e não será permitido que volte a ter este tipo de solução", frisou.

De acordo com o autarca, a Segurança Social já está a tratar também de uma alternativa para quando estes utentes deixarem de estar positivos".

Marco Martins assegurou que irá imputar à direção do lar "as despesas de hospitalização dos utentes que serão assumidas pela autarquia".

E acrescentou: "está a ser compilada informação para ser remetida ao Ministério Público, até porque esta mesma proprietária, soubemos entretanto, viu a Segurança Social encerrar-lhe um outro lar na Maia, em 2013".

O lar foi hoje alvo de uma inspeção da Segurança Social e da Proteção Civil local a 18 de setembro.

"Foi uma inspeção de acompanhamento para fazer um ponto de situação e verificar se as recomendações estão a ser cumpridas [pelos responsáveis do lar], se os idosos estão bem nutridos e vigiados, estáveis, separados por infetados e não infetados", descreveu.

O autarca contou que a decisão de efetuar esta inspeção foi da iniciativa da Segurança Social que "estranhou" a recusa por parte dos proprietários do lar à entrada de "pessoas externas" durante o período da noite.

Portugal contabiliza pelo menos 1.928 mortos associados à covid-19 em 70.465 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

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