Na habitual conferência de imprensa de atualização da evolução da Covid-19, Marta Temido começou por destacar que, de acordo com o boletim epidemiológico desta quarta-feira, "97,3% dos [25.041] casos ativos estão em casa e 2,3% em enfermaria".
Deu ainda conta a ministra que o valor médio do RT (indicador de transmissibilidade) de 21 a 25 de setembro é de 1,07, sendo que o mais alto (1,16) diz respeito ao Algarve e o mais baixo (0,9) ao Alentejo.
Marta Temido destacou também a evolução da atividade assistencial não Covid, recordando que, em março, fruto do aumento de casos do novo coronavírus, foi adotada a "suspensão da atividade não urgente". Esta foi, como sublinhou ainda a governante, "a opção feita por todos os países do sistema de saúde europeu".
Na atualidade, observa-se um "esforço de recuperação" que se traduz nos dados registados em agosto de 2020, quando comparados com o mesmo mês de 2019. Nos cuidados primários, em agosto foram realizadas menos 920 mil consultas (- 4,4%) do que no ano passando, sendo que esse valor em julho era de -5,9%.
Quanto às consultas hospitalares, em agosto de 2020 foi realizado menos 1 milhão de consultas (-12,6%), quando comparado com o período homólogo de 2019. Também "aqui tem havido esforço no sentido de recuperação", já que em julho o valor estava nos -13,6%.
A "mesma tendência", continuou Marta Temido, é observada nas "intervenções cirúrgicas" porque "no acumulado de agosto de 2020 havia menos 100 mil (- 22,2%)" e em julho o indicador era de -24,2%.
Brigadas de intervenção rápida mais reduzidas
Em relação às estruturas residenciais para idosos, as brigadas de intervenção rápida avançam em outubro mas “terão, porventura, menos profissionais do que estava inicialmente planeado face às dificuldades que têm sido reportadas. Serão cerca de 60 enfermeiros e 200 ajudantes de ação direta". Haverá também apoio de médicos e técnicos superiores de saúde em regime não presencial.
“Estas equipas estarão presentes em todos os distritos e o Instituto de Segurança Social está a trabalhar para atingir o máximo de elementos previstos inicialmente nestas equipas”, deu ainda conta a ministra.
Ministério (ainda) não conhece surto no Hospital de Évora
No que ao surto no Hospital de Évora diz respeito, onde há 16 profissionais de Saúde em confinamento, a ministra da Saúde confessa não ter ainda conhecimento. A situação pode “ser uma realidade mas ainda não temos essa informação. Temos uma dinâmica elevada da transmissão da infeção e a primeira preocupação no terreno é responder às necessidades de identificação e de acompanhamento dos casos e às vezes apenas no final do dia temos o reporte”.
13 de outubro com peregrinos em Fátima
Graça Freitas confirmou que haverá peregrinos no recinto do Santuário de Fátima no dia 13 de outubro, sendo que "hoje durante o dia será publicado pelo próprio Santuário o parecer que foi dado pelas autoridades de saúde”.
De acordo com a diretora-geral da Saúde, desde que a DGS teve conhecimento do plano de contingência do Santuário até à realização da reunião, "mediaram horas". Graça Freitas sublinhou ainda o "trabalho de colaboração" que tem sido desenvolvido.
Os peregrinos vão poder marcar presença no Santuário, “cumprindo regras de segurança” que serão conhecidas “dentro de horas”.
Utilização de testes rápidos
Questionada relativamente à utilização de testes rápidos à Covid-19, Marta Temido indicou que de acordo com "a evolução do aconselhamento do grupo de peritos da DGS, do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e do Infarmed, no final da semana passada", tudo indicava que "estes testes poderiam ser considerados em casos urgentes de suspeitos sintomáticos com início de sintomas há menos de sete dias, nas situações em que os testes representassem uma vantagem para o controlo da transmissão”.
A atualização fora deste contexto "não foi ainda considerada como suficientemente esclarecida", sublinhou a governante, informando que ao longo desta semana serão realizados trabalhos adicionais.
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