Bloqueios na UE? "Quanto mais tempo passa mais a crise se aprofunda"

Questionado sobre possíveis bloqueios entre países na UE, o primeiro-ministro lembrou esta quinta-feira em Bruxelas que "há uma urgência" em aprovar o plano de recuperação porque "quanto mais tempo passa, mais a crise se aprofunda".

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Melissa Lopes
01/10/2020 12:12 ‧ 01/10/2020 por Melissa Lopes

País

Costa

António Costa sublinhou hoje, em declarações aos jornalistas em Bruxelas, que Portugal tem que fazer "o trabalho de casa", fazendo tudo o "que está ao alcance" para que a aprovação do plano de recuperação seja aprovado da forma mais célere possível. No entanto, observou, "é evidente que não nos podemos substituir às decisões do Parlamento Europeu e do Conselho". 

"Temos é que não nos atrasar no nosso trabalho de casa, para que, assim que esteja tudo resolvido em Bruxelas, possamos imediatamente começar a trabalhar", frisou o chefe do Executivo. 

Questionado sobre se vai levar a questão dos bloqueios de países e do possível atraso do dinheiro de que o embaixador alemão  referiu ontem, Costa respondeu afirmativamente.

"Sim, como sabe temos estado, desde o princípio,  a sublinhar a necessidade da Europa ter uma resposta robusta à altura desta crise", disse, deixando um aviso.

"Quanto mais tempo passa mais a crise se aprofunda. Quanto mais tempo levarmos a ter as ferramentas necessárias para enfrentar a paralisação da economia que está a afetar as empresas e o emprego, pior. Há uma urgência europeia na aprovação deste plano e que ele possa chegar rapidamente ao terreno onde é necessário". A implementação de uma resposta rápida, vincou o primeiro-ministro, é "muito importante para Portugal ", mas "também para o resto da Europa". 

António Costa disse ainda aos jornalistas que teve uma manhã "intensa" de trabalho com vários comissários, "tendo em vista preparar o nosso programa de recuperação e resiliência", voltando a referir que Portugal quer ser dos primeiros países a poder apresentar, em outubro, o 'draft' do plano. 

O primeiro-ministro defendeu a ambição de "sairmos desta crise mais forte do que aquilo que entrámos", desejando que quer no Parlamento Europeu quer no Conselho, todos compreendam o "sentido de urgência". "Sendo legítimas as divergências, o que ninguém compreenderia era se não fizéssemos o esforço para as ultrapassar e encontrar pontos de entendimento. E isso é urgente que aconteça. Cada dia que perdemos é um dia que compromete a recuperação da economia e do emprego", rematou. 

O primeiro-ministro apresentou esta terça-feira o plano de recuperação, ao lado da presidente da Comissão Europeia, tendo afirmado que Portugal "recorrerá integralmente" aos cerca de 15,3 mil milhões de euros em subvenções que poderá receber do fundo de recuperação europeu, adiantando, contudo, que não utilizará a fatia de empréstimos deste programa.

António Costa, que está em Bruxelas para participar numa cimeira europeia extraordinária entre hoje e sexta-feira, realizou esta manhã encontros bilaterais com os comissários europeus Paolo Gentiloni (Economia) e Elisa Ferreira (Coesão e Reformas), com a vice-presidente da Comissão Europeia Margrethe Vestager .

Esteve, ainda, reunido com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

 

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