Portugal assinala hoje sete meses desde que foi diagnosticado o primeiro caso de Covid-19. Diogo Serras Lopes, secretário de Estado da Saúde, assinalou, esta sexta-feira, que durante este período o SNS24 foi “uma das peças essenciais e continua a ser".
O governante adiantou ainda que os centros de atendimento de chamadas serão reforçados, sendo que o número de profissionais do SNS24 passará de “1.350 para dois mil ainda durante o outono”.
A diretora-geral da Saúde revelou, por sua vez, que o país tem 334 surtos ativos, nomeadamente 125 no Norte, 35 no Centro, 142 em Lisboa e Vale do Tejo, 20 no Alentejo e 22 no Algarve. Este é, como sublinhou Graça Freitas, "um número bastante inferior ao de outros períodos".
Questionada relativamente ao surto no lar da Santa Casa da Misericórdia de Bragança, a responsável detalhou que este é um lar de idosos com três edifícios, sendo que "só um está afetado". Neste surto, que "está a ser gerido", há "43 residentes infetados e sete profissionais".
Já em relação a Montalegre, nomeadamente o Lar Nossa Senhora do Pranto em Salto, este é um "surto recente e com menos expressão", que conta com quatro profissionais infetados.
Um mês de StayAway Covid
A app de rastreio StayAway Covid já foi descarregada por 1.246.000 pessoas e, até à data, já foram introduzidos 107 códigos, informou Luís Goes Pinheiro, presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, que marcou igualmente presença na conferência de imprensa.
Recordou o responsável que a notificação que os utilizadores recebem depende de vários "pressupostos", designadamente "ser instalada, o [utilizador] ser diagnosticado, o médico dar um código e o doente inserir o código".
A StayAway Covid sempre assentou no "princípio da liberdade", liberdade de "instalar, de usar, de inserir o código", respondeu Luís Goes Pinheiro quanto questionado relativamente à eficácia da aplicação.
Reiterou o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde a necessidade de inserção do código na app, por parte das pessoas infetadas, para que os contactos de risco possam ser informados, deixando ainda a garantia de que o "anonimato é garantido".
Recorde-se que são considerados contactos de risco aqueles que estiveram pelo menos 15 minutos a menos de dois metros de distância de um infetado.
Capacidade de Lisboa e Vale do Tejo
Analisando a capacidade de internamento de Lisboa e Vale do Tejo, Diogo Serras Lopes precisou que o Hospital Beatriz Ângelo e o Hospital Fernando da Fonseca “têm registado procuras superiores a outras unidades hospitalares".
Mas a taxa de ocupação das unidades hospitalares da região está “entre os 70% e 80%". Significa isto que "há folga relativamente a Covid”, assegurou o secretário de Estado da Saúde.
“Não antevemos que seja necessária uma aquisição centralizada" de ventiladores
No início da pandemia, Portugal tinha 1.142 ventiladores, mas essa capacidade foi reforçada para fazer face às necessidades. Atualmente, "em contexto hospitalar temos 1.855 ventiladores", explicou o secretário de Estado.
Indicou ainda o governante que, dos ventiladores adquiridos pelo Governo ao longo destes sete meses, "966 já foram entregues e, destes, 713 já estão nas unidades hospitalares".
Este número, explicou ainda, "diz respeito não só a compras, mas também a doações e equipamentos recuperados". Perante estes dados, e salvaguardando que "a avaliação é feita de forma permanente", o Governo "não antevê que seja necessária uma aquisição centralizada" de mais ventiladores.
Recorde aqui a conferência de imprensa: