O briefing sobre a evolução epidemiológica da Covid-19- contou esta sexta-feira com a presença da ministra da Saúde, Marta Temido, e da diretora-geral da saúde, Graça Freitas, - começou, como já é habitual, com a atualização dos dados no país, e após a Direção-Geral da Saúde (DGS) ter dado conta de que, nas últimas 24 horas, foram reportados mais 12 óbitos e 1.394 casos de Covid-19 confirmados, em todo o território nacional.
No início da sua intervenção, a ministra Marta Temido começou por apontar que, numa análise sobre a posição de Portugal no contexto epidemiológico europeu, verifica-se que o país apresenta uma taxa de notificação acumulada e um Risco de Tansmissão, nos últimos 14 dias, superior a 1 por 100 mil habitantes. "Estes indicadores inspiram-nos naturais preocupações sobre o ponto de vista da pressão sobre o Sistema de Saúde e no Serviço Nacional de Saúde (SNS)".
Além disso, revelou, em outubro estão a ser realizados, em média, 19 mil testes diários: "Passámos de 2.500 testes por dia em março para 19 mil testes diários neste mês de outubro. No dia 7 de outubro houve recorde diário de testes, mais de 28 mil", sendo que "quase 8% foram positivos, mas este é um sinal de alerta".
Mais de sete mil camas para doentes de Covid-19 em 13 hospitais de LVT
Também presente na conferência de imprensa esteve o presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), Luís Pisco, que adiantou que, neste momento, existem em "13 hospitais da região que lidam com doentes Covid, 7.083 camas".
Contudo, destas camas, apenas poderão ser utilizadas 6.330 para situações Covid e não Covid, tendo em conta que há um conjunto de camas que são usadas pelos serviços de transplante, obstetrícia ou queimados, por exemplo.
Quanto às Unidades de Cuidados Intensivos, o responsável detalhou que há "298 camas na região, 98 para camas Covid. 74 estão ocupadas". Ainda assim, caso haja falta de camas no futuro numa das 13 unidades de saúde "outras estruturas podem libertar camas para doentes". O Alfeite, poderá ser, por exemplo, um local "onde as pessoas poderão fazer a sua quarentena".
"Há 28 surtos ativos em escolas"
Confrontada com os dados divulgados hoje pela Fenprof que dá conta da existência de 122 escolas com casos de Covid-19, a ministra da Saúde tomou a palavra e esclareceu a questão, apelando a que "não se confundam dados": "Uma coisa é um surto, quando há dois ou mais casos com ligação epidemiológica. Outra coisa são casos isolados numa escola".
Ainda sobre as estabelecimentos de ensino, Graça Freitas aproveitou para atualizar os números epidemiológicos, revelando que, neste momento, "há 28 surtos ativos em escolas, com 175 casos confirmados". "Não quer dizer que não haja outros casos isolados, não deram foi origem a uma cadeia de transmissão", esclareceu.
"Confraternizações familiares responsáveis por 67%" dos casos dos últimos dias
Ainda em direto para o país, a diretora-geral da saúde adiantou que as "confraternizações familiares e festejos, como bodas e batizados, têm sido responsáveis por 67% casos confirmados nos últimos dias em Portugal".
Reparando que estas são ocasiões "em que as pessoas retiram as máscaras para comer", Graça Freitas deixou um apelou para que toda a população, em especial as famílias, evitem realizar encontros festivos, sobretudo, "nesta fase em que há transmissão crescente do virus na comunidade".
"Tentem confraternizar menos", reiterou a responsável, lembrando que "não estamos em 2019".
21 um surtos em instituições de saúde. 13 recuperados no Hospital de Beja
Quanto ao número de surtos em hospitais no país, a ministra da Saúde revelou que já há 13 recuperados no Hospital de Beja, adiantando ainda que "o surto que muito preocupava" já está "a ter uma evolução mais favorável".
De seguida, Graça Freitas anunciou que, segundo as informações da autoridade de saúde, há 21 instituições de saúde com surtos, atualmente: Quatro no Norte, três no Centro, 12 em LVT e um no Algarve. "São surtos que estão controlados", garantiu a diretora-geral da saúde.
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