A Fenprof revelou, esta sexta-feira, que, desde o início do ano letivo, já surgiram em pelo menos 122 escolas - 106 em públicas e 16 em privadas - de 66 municípios, de todo o território nacional, casos de Covid-19.
"Nestes 122 estabelecimentos, a maioria ainda com casos ativos, o número de infetados é superior a um (1), pelo que se estranham as contas da DGS, que apenas identifica 23 surtos em escolas do país, pois parecem não respeitar o que dispõe o documento 'Referencial para as escolas 2020'", começa por criticar a Fenprof.
A lista divulgada hoje pela Fenprof apresenta escolas de Bragança a Vila Real de Santo António, passando pelo Porto, com sete escolas identificadas, Coimbra e Lisboa, ambas com seis, ou Mafra, com cinco estabelecimentos de ensino onde terão sido registados casos de covid-19.
Em Braga, por exemplo, são listadas cinco escolas públicas e uma privada: E.B. Maria II, EB1 de São Mamede, Colégio Luso Internacional de Braga, EB de Lamaçães e a EB de Tenões.
"Nestes 122 estabelecimentos, a maioria ainda com casos ativos, o número de infetados é superior a um (1), pelo que se estranham as contas da DGS, que apenas identifica 23 surtos em escolas do país, pois parecem não respeitar o que dispõe o documento "Referencial para as escolas 2020"", alerta a Fenprof.
A federação voltou hoje a pedir ao Ministério da Educação a lista de estabelecimentos em que já houve ou existem casos assim como os procedimentos que estão a ser ou foram adotados em cada um deles.
A estrutura sindical lembra que a tutela tem 10 dias para responder e que avançará para tribunal caso passe o prazo estipulado sem que o ministério tenha dado qualquer informação.
A Fenprof voltou hoje a criticar a forma como as autoridades estão a lidar com a pandemia, lembrando que existem medidas distintas entre escolas mas que, por norma, a pessoa infetada é colocada em isolamento profilático. No entanto, "todos os que, com ela, partilharam espaços continuam a deslocar-se às escolas, sem que seja realizado qualquer teste".
Já na quinta-feira, o secretário-geral da Fenprof tinha lamentando o facto de se fazerem poucos testes de despistagem, recordando que os jovens são muitas vezes assintomáticos: "Quando surgem casos de Covid-19, a norma tem sido a não-realização de testes, pedindo-se, apenas, a que cada um esteja atento à eventualidade de serem desenvolvidos sintomas sugestivos de estar infetado".
A Fenprof lembra que mesmo quando os professores têm turmas a cumprir quarentena, estes "têm de se manter ao serviço sem realizarem qualquer teste".
A Fenprof volta por isso a exigir ao ministério que sejam adotados procedimentos padronizados em todos os concelhos do país e que sejam realizados testes sempre que surjam situações de covid-19 nas escolas.