Após ser conhecido o mais recente boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS), que dá conta de mais 14 mortes e 1.249 novos casos de Covid-19 em Portugal, teve início a conferência de imprensa de atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus. Esta contou hoje com o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, com a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, e com o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), Luís Goes Pinheiro.
Lacerda Sales começou por apontar que "a vacinação contra a gripe é também uma das componentes do sucesso nesta batalha" contra a Covid-19 e "estamos empenhados em garantir a maior cobertura vacinal de sempre em Portugal" de forma a minimizar a "coexistência" da gripe sazonal e do novo coronavírus.
"A segunda fase de vacinação acontece a partir da próxima semana nos cuidados de saúde primários", destacou o governante. Este ano, recordou, "uma parcela das vacinas do SNS, cerca de 150 mil doses, destinadas à população com mais de 65 anos, será administrada nas farmácias".
O secretário de Estado considerou que vivemos um "momento extraordinário que nos convoca a todos e cada um é chamado a fazer a sua parte: Estado, organizações, empresas, poder local e todos nós, cidadãos, a quem cabe não baixar a guarda individual pelo bem estar coletivo".
Foram já, nas palavras de Lacerda Sales, realizados mais de "1 milhão e 400 mil downloads da aplicação" StayAway Covid e "inseridos cerca de 116 códigos que deram origem a 137 chamadas para o SNS 24".
Pressão nos hospitais? "Temos ainda uma capacidade e um espaço de conforto"
Questionado sobre a ocupação hospitalar, o secretário de Estado sublinhou que "é evidente que, perante os números que temos, os serviços vão aumentando a sua pressão". Contudo, os números dão ainda o "conforto" da "referida rede de expansibilidade que temos, quer ao nível dos internamentos, quer ao nível das unidades de cuidados intensivos".
"Estamos hoje muito mais bem preparados e, mesmo com estes números, temos ainda uma capacidade e um espaço de conforto relativamente às taxas de ocupação quer em internamentos quer em cuidados intensivos", reiterou Lacerda Sales.
"Temos mais 20.922 profissionais do que em dezembro de 2015"
Sobre os recursos humanos, o governante fez questão de sublinhar que "temos mais, hoje, 20.922 profissionais do que tínhamos em 31 de dezembro de 2015" e mais "5.481 trabalhadores do que em 31 de dezembro de 2019". "Tem-se refletido neste esforço o número de profissionais que estamos a tentar a incorporar no SNS", apontou. Quanto aos médicos especialistas, até maio, "foram 222 os aposentados" e, em medicina geral e familiar, "aposentaram-se 95". Contudo, "é natural que estes número já tenham subido".
O Ministério da Saúde, disse ainda, tem mais "2.320 médicos especialistas" relativamente a 31 de dezembro de 2019. "Estamos a fazer este esforço no reforço de capacidades de recursos humanos. Também temos os procedimentos concursais abertos, nomeadamente de medicina geral e familiar e saúde pública que já foram concluídos e estamos também prestes a concluir os procedimentos concursais até final do mês relativamente a médicos que terminaram a sua especialidade".
StayAway Covid. É "app que assenta na liberdade"
Luís Goes Pinheiro, presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, começou a sua intervenção destacando que a StayAway Covid é uma "app que assenta na liberdade". "Na liberdade de descarregar, de usar, de inserir o código e depois, até, de contactar o SNS24".
“É importante que tudo o que possamos fazer para agilizar a utilização desta aplicação é bem vindo. Estamos neste momento a estudar algumas abordagens. Esta é uma app teve muito respeito dos dados pessoais", recordou, informando que vai ser intensificada a "formação dos médicos que geram estes códigos", para garantir que não haja nenhum agente "que não conheça as operações que deve executar".
Marcelo em contacto com Heitor antes de ministro "estar na fase infecciosa"
Lacerda Sales tomou de novo a palavra para versar sobre o facto de existir um caso de infeção no Executivo de António Costa: "Este vírus é, de facto, democrático e onde todos estamos expostos e todos temos de reforçar cada vez mais as medidas de segurança".
Já Graça Freitas quis fazer um esclarecimento sobre esta situação que lhe "foi pedido". "Sua Excelência, o Presidente da República, esteve em contacto no mesmo evento, mas este contacto ocorreu antes de o senhor ministro Manuel Heitor estar na fase infecciosa", apontou. Assim Marcelo Rebelo de Sousa não foi "considerado para efeito de rastreio". "Há um protocolo e esse protocolo é seguido", esclareceu.
Reveja a conferência na íntegra no vídeo em baixo:
[Última atualização às 14h51]