O primeiro-ministro, António Costa, disse esta quinta-feira que é necessário "estancar" o crescente aumento do número de casos da Covid-19, antes que a situação piore. Justifica, por isso, as medidas aprovadas pelo Conselho de Ministros com a necessidade de dar um "sinal".
"Os números têm vindo a crescer desde agosto e a evolução que estamos a ter é grave. Isto necessita de um sinal, um sinal inequívoco de que temos de alterar os comportamentos", disse o primeiro-ministro, em declarações aos jornalistas em Bruxelas, à margem da entrega do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) à Comissão Europeia, acrescentando: "Não podemos aceitar ter de voltar a fechar as escolas".
"Não podemos estar impávidos a assistir a um aumento dos números e não reagir", diz o primeiro-ministro, quando questionado sobre as medidas que foram aprovadas, na quarta-feira, em sede de Conselho de Ministros. "Seria irresponsável da minha parte assistir à evolução da pandemia e não agir", disse Costa.
Sobre a app StayAway Covid, que o Governo quer que a utilização seja obrigatória, Costa afirma que "não há qualquer violação da proteção dos dados com as condições de anonimato que a aplicação tem".
"Ainda não chegámos à fase mais difícil do inverno", alertou ainda o primeiro-ministro, sublinhando a necessidade de manter a resposta do SNS, das atividades letivas e de evitar tomar medidas que agravem a crise económica e social.
Questionado sobre a adoção de medidas mais autoritárias, Costa respondeu: "Eu odeio ser autoritário, mas há uma coisa que temos de fazer: controlar esta pandemia. Se não a controlarmos agora daqui a umas semanas estaremos numa situação pior", alertou. "Temos de estancar neste momento", disse o primeiro-ministro.
"O Presidente da República já chamou à atenção, e bem, que as famílias têm de começar a pensar como se organizam para o Natal, já disse várias vezes que a pior coisa que podemos imaginar é adotar medidas tão drásticas como adotámos na Páscoa para evitar deslocações de um concelho para o outro", disse Costa, acrescentando: "Temos de ter consciência que não podemos chegar ao Natal com o risco de termos os níveis de contaminação que temos neste momento".