O novo aumento de casos de Covid-19 em Portugal motivou o regresso "em força" da iniciativa 'Vizinho Amigo'. E este regresso vem acompanhado de uma novidade.
Criado em março, o projeto solidário foi idealizado por um grupo de jovens, cuja principal missão é ajudar aqueles que estão inseridos em grupos de risco.
Com efeito, esta iniciativa pretende promover "o voluntariado por parte das faixas etárias mais novas através da prestação de auxílio em vários serviços, como por exemplo, as compras de mercearia e farmácia e a entrega nas casas de quem mais precisa, dentro da sua área de residência".
Até à data, o 'Vizinho Amigo' conta com cerca de seis mil voluntários e diversas parcerias com Juntas de Freguesia em todo o país.
Citado em comunicado enviado às redações, o embaixador do projeto, Pedro Barroso, defende que “o movimento 'Vizinho Amigo' é um projeto pelo qual "tem "muito carinho", confessando que também saiu à rua para 'abraçar' esta causa.
"Durante três meses, fui um 'Vizinho Amigo' e tive a possibilidade de ajudar muitas pessoas que atualmente me tratam por neto. Para mim ficaram como avós! Esta 2.ª vaga, mais do que nunca, precisa do projeto 'Vizinho Amigo', e saber que eles estão de volta com mais ajuda deixa-me orgulhoso”.
Por sua vez, Martim Ferreira, líder do movimento, explica que a iniciativa está de voltar porque se constatou que, "no final de agosto/início de setembro, havia um número muito elevado de casos" e "foi aí que começámos a antever o pior. O facto de haver uma parte da população que pode ter consequências mais graves se tiver contacto com o vírus, faz com que estas pessoas tenham de ter cuidados redobrados. É aí que nós entramos. Num inverno extremamente rigoroso, a situação vai ser ainda mais grave. Os Vizinhos Amigos vêm impedir que estas pessoas saiam e corram o risco de serem contaminadas num local público, com consequências que podiam ser devastadoras para as mesmas”.
Esta missão não se limita, porém, a tarefas. A saúde mental é outras das prioridades destacada pelo 'Vizinho Amigo'. Martim Ferreira confirma isso mesmo: “Com a pandemia, muitas pessoas, especialmente idosos, ficaram sozinhas. Numa altura em que a saúde mental é tão importante, os nossos voluntários têm um papel essencial. Temos Vizinhos Amigos que ficam 40/50 minutos ao telemóvel porque as pessoas lhes ligam só para ter uma conversa. Se estamos a tentar lutar contra a doença, não podemos morrer da cura. É por isso é que este papel de acompanhamento é tão importante”.
Neste regresso, o projeto apresenta um novo website que permite aceder a informações e novidades sobre o projeto e possibilita ainda que "ajudantes e ajudados se encontrem". Na plataforma, é possível proceder à inscrição para fazer voluntariado, pedir ajuda, fazer uma parceria e fazer um donativo para ajudar a causa.
De salientar ainda que foi criada a 'Comunidade Vizinho Amigo', "um grupo no Facebook onde o objetivo é permitir a comunicação entre voluntários, incentivar discussão de ideias e ferramentas essenciais para que o movimento possa crescer", lê-se ainda no comunicado.