Salvaguardando que o Ministério da Saúde "tem legitimidade para implementar o que bem entender", Salvador Malheiro manifesta-se contra a decisão tomada pela DGS sobre o fim do isolamento de doentes Covid-19 assintomáticos, após dez dias.
"Sou manifestamente contra esta decisão", escreve o autarca numa publicação feita no Facebook. E explica que "não é só pela responsabilidade que coloca nas empresas, libertando a Segurança Social, mas sobretudo pelo risco evidente em matéria de Saúde Pública". Sem esta norma, frisa, "o perigo já era enorme".
Para "evidenciar" o perigo de que fala, o autarca de Ovar conta o caso de um munícipe com cerca de 60 anos a quem foi diagnosticada Covid-19, e que veio a morrer já depois de ter testado negativo para a doença.
"Esteve a recuperar, em casa, e no final da semana passada fez o teste para aferir a sua recuperação. No fim de semana recebeu o resultado do teste. Deu Negativo. Foi considerado recuperado pela Saúde Pública. Ontem sentiu-se mal, com dificuldades respiratórias. Foi de urgência para o Hospital de São Sebastião em Santa Maria da Feira onde, infelizmente, veio a falecer", relata o social-democrata.
Neste sentido, defende, "mais do que normas para aumentar, de forma artificial, os números de pessoas recuperadas", o Governo "tem que atuar". Salvador Malheiro diz existir falta capacidade de testagem, de profissionais para acompanhar e contactar as pessoas infetadas e os seus contactos, assim como de profissionais para realizar os inquéritos epidemiológicos. "Falta coragem para atuar com medidas mais restritivas, em zonas muito concretas e bem identificadas. Os Municípios não podem fazer tudo! As pessoas são pessoas, não são números", remata.
Portugal contabiliza pelo menos 2.213 mortos associados à Covid-19 em 103.736 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).