"Semi" confinados, concelhos dizem que medidas serão "acatadas"

Com os concelhos "semi" confinados, moradores de Lousada, Felgueiras e Paços de Ferreira acreditam que as medidas para mitigar as infeções pelo novo coronavírus vão ser "facilmente acatadas", nem que seja preciso casar com a polícia à porta.

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Lusa
23/10/2020 19:38 ‧ 23/10/2020 por Lusa

País

Tâmega e Sousa

No dia em que a cidade de Paços de Ferreira acordou com medidas mais restritivas de combate à pandemia da covid-19, foi às autoridades que coube a missão de garantir que os convidados de um casamento, já agendado, não criavam "aglomerados" no exterior da igreja.

Com as celebrações e eventos com mais de cinco pessoas proibidos no concelho e múltiplos cartazes espalhados pela cidade a apelar ao cumprimento das regras, o casamento celebrou-se.

"67% dos novos casos de covid-19 resultam de convívios familiares. Não faça parte deste número", lia-se num dos cartazes da cidade, onde a presença das autoridades era expressiva.

Para André Pinto, de 32 anos, "só o tempo dirá" o efeito que as medidas implementadas pelo Governo tiveram, mesmo que estas sejam "bem-vindas" para ajudar a reduzir o aumento de novos casos de infeção por SARS-CoV-2.

O jovem, que admitiu à Lusa ser "complicado de avaliar" a realização de celebrações, defendeu que, se não houve "problema em ter 30 mil pessoas na Festa do Avante! não é por 50 pessoas num casamento que haverá".

"Até que ponto se define qual é o número de pessoas em que há risco ou não?", questionou.

Além do concelho de Paços de Ferreira, também Felgueiras e Lousada têm o dever de permanência no domicílio e a obrigatoriedade de os estabelecimentos encerrarem às 22:00, com algumas exceções.

Em Lousada, poucas eram as pessoas que hoje se movimentavam pelo centro da cidade e, se alguns estabelecimentos ainda abertos permaneciam vazios, outros já nem a porta abriram.

Carina Rocha, de 24 anos, afirmou à Lusa que o importante é que a população perceba que a pandemia "vai demorar a passar".

"O povo português é um povo cansado, acataram as medidas e depois passou. Temos de ter o bom civismo de ficar em casa e o dever de recolher", salientou a jovem, licenciada em Solicitadoria.

Apesar de concordar com as medidas, Carina Rocha afirmou que o número de casos de infeção não diminuirá se as pessoas "continuarem a encontrar-se em casa ou a juntarem-se com os amigos".

Nas ruas de Lousada, pouca era a fiscalização do cumprimento das regras.

Também em Felgueiras não foi "ainda possível" reforçar o controlo nas ruas, explicaram à Lusa elementos da polícia municipal, composta por 20 elementos, sendo que para tal é necessário o apoio da GNR.

Naquele concelho, que acordou também com novas regras, as ruas não se despiram de gente e havia movimento em algumas das principais vias do centro.

Apesar disso, "o movimento está reduzido" em comparação a outros dias, disse à Lusa Luís Leite, de 76 anos, para quem as medidas foram necessárias uma vez que o concelho estava "na rutura".

"Acho muito bem que o Governo atue desta maneira", afirmou o reformado, acrescentando ser às forças de autoridades que "cabe dar o exemplo".

"O exemplo deve vir precisamente das autoridades, veja o que se passou no Porto, um convívio da guarda o pânico que deu (...) Temos de ser todos por um e um por todos", considerou Luís Leite.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 41,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 2.276 pessoas dos 112.440 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

 

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