Lotação no GP? "Não me parece que situação tenha sido catastrófica"

O briefing desta segunda-feira da Direção Geral de Saúde contou apenas com a presença de Graça Freitas. A questão da lotação no Grande Prémio (GP) de Fórmula 1, em Portimão, foi um dos temas abordados.

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Notícias Ao Minuto
26/10/2020 15:04 ‧ 26/10/2020 por Notícias Ao Minuto

País

Covid-19

Conhecidos os dados do boletim epidemiológico desta segunda-feira, a Direção-Geral de Saúde (DGS) realizou a habitual conferência de imprensa, hoje sem qualquer representante do Governo, apenas com a presença de Graça Freitas.

Uma das primeiras questões lançadas à diretora-geral da Saúde foi sobre a polémica com o Grande Prémio de Fórmula 1, em Portimão, nomeadamente o desrespeito de alguns espectadores pela distância social recomendável e pelo uso de máscaras.

Apesar de admitir que houve algum incumprimento, por parte de algumas pessoas, em algumas bancadas, para Graça Freitas, no geral, as regras foram cumpridas.

"Houve coisas que correram bem e coisas que correram menos bem. No dia dos treinos, a maioria parte das bancadas cumpria as regras e duas não cumpriam", explicou a diretora-geral da Saúde, acrescentando que "o que se fez foi alterar as pessoas dessas bancadas para outros setores no dia da prova".

Depois de descrever as características analisadas - região, situação epidemiológica do Algarve, evento e condições do autódromo - que levaram a DGS a autorizar a realização do GP com público, a responsável salientou que a responsabilidade final é da organização. "Fazemos recomendações e depois confiamos na organização e na fiscalização", frisou Graça Freitas.

Ainda assim, e apesar de sublinhar que cabe à organização do evento fiscalizar se as regras estão a ser cumpridas, a diretora-geral assumiu a 'mea culpa' da DGS e responsabilizou também os cidadãos que infringiram as regras:"Se há um autocolante a pedir para a pessoa não se sentar, era bom que não sentasse".

No futuro, admitiu Graça Freitas, a DGS vai ponderar restringir os eventos ainda a menos espectadores. "Se quisermos ter mais controlo sobre os imponderáveis das pessoas temos sobretudo de ter menos gente nos eventos. Também aprendemos lições", afirmou.

Feito o balanço e reconhecidas algumas falhas, na opinião de Graça Freitas, a situação não foi "catastrófica e não penso que por ali vá surgir nenhum acontecimento muito dramático".

Jovens adultos lideram taxa de infeção

Já questionada sobre a taxa de incidência da infeção em determinadas faixas etárias, Graça Freitas esclareceu que esta é "muito baixa" em crianças pequenas e aumenta à medida que também aumenta a idade.

Contudo, apesar da taxa de internamento estar a ocorrer, principalmente, a partir dos 60 anos e até aos maiores de 80 (faixa com maior registo de internamentos e mortes), a responsável revelou que os "jovens adultos", entre os 20 e os 50 anos, são, neste momento, os mais contagiados pelo vírus.

"O perfil da doença foi-se alterando ao longo dos meses", salientou.

Homem que morreu entre os 20 e 29 anos "era uma pessoa doente"

Sobre óbito registado ontem no boletim epidemiológico da DGS, de um homem com idade compreendida entre os 20 e os 29 anos, a diretora-geral sublinhou que Covid-19 "não é não tão benigna como alguns gostavam, mas também não é tão dramática como se poderá pensar" e que o cidadão em causa "era já uma pessoa doente".

"Os mais novos podem ter sintomas, mas, felizmente, têm uma taxa de letalidade bastante baixa", reiterou a responsável.

Peritos estudam redução do período de isolamento

Já em relação ao período de alta clínica, que é agora de 10 dias para doentes assintomáticos ou com leves sintomas, Graça Freitas garante que as autoridades de saúde chegaram a um consenso sobre o momento em que as pessoas estão infecciosas e o período em que deixam de estar e que novos estudos científicos admitem que o período de isolamento (para quem tem um contacto próximo positivo) também pode vir a ser reduzido.

"Estamos a rever com os peritos numa nova recomendação para o período de incubação", adiantou.

9,8% dos testes realizados têm resultado positivo

Durante o briefing, Graça Freitas anunciou que, neste momento, a taxa de testes realizados que dão resultado positivo é de 9,8%, um número "superior" ao que existiu na primeira vaga da pandemia. Contudo, frisou a responsável, "nunca se testou tanto" como agora.

Testes rápidos para pessoas com sintomas, surtos e rastreio de profissionais de saúde

Antes de passar às questões dos jornalistas, Graça Freitas anunciou uma nova norma da DGS sobre a testagem à Covid-19 em Portugal.

A partir de agora, serão utilizados testes de antigénio rápidos em algumas situações, principalmente, em pessoas sintomáticas, nos primeiros cinco dias de sintomas, em pessoas sem sintomas, mas em situações concretas, nomeadamente, em surtos, "em que de facto a rapidez é muito importante", sublinhou a responsável. Além disso, estes novos testes rápidos serão utilizados "como rastreio periódico de profissionais de saúde".

"Tomamos esta decisão agora porque estes testes fazem parte da evolução do conhecimento e indicações internacionais dizem-nos que é seguro utilizá-los", explicou a diretora-geral, acrescentando que "a grande vantagem é a rapidez, para evitar surtos".

Reveja aqui a conferência de imprensa desta segunda-feira:

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