"Fase crítica". Governo interessado num milhão de testes rápidos
Conferência contou esta quarta-feira com as presenças do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales e do presidente do Conselho Diretivo do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), Fernando Almeida.
© DGS
País Covid-19
Depois de terem sido conhecidos os dados mais recentes sobre a Covid-19 em Portugal - mais 24 mortos e 3.960 novos infetados (um novo máximo) -, teve início a conferência de imprensa de atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus. Esta contou hoje com o secretário de Estado António Lacerda Sales e com o presidente do INSA, Fernando Almeida.
O governante começou por afirmar que 96,5% dos casos ativos encontram-se a recuperar no domicílio e 3,5% estão internados, sendo que 0,5% em Unidade de Cuidados Intensivos. "A taxa de letalidade global é de 1,9% e a taxa de letalidade acima dos 70 anos é de 10,8%".
"Estamos numa fase crítica da pandemia e os portugueses sem exceção compreenderão. Se aos cidadãos é exigido o reforço da responsabilidade individual na defesa do nosso bem-estar coletivo, ao Ministério da Saúde é exigido que continue a tomar decisões como tem feito desde o início deste processo difícil, complexo e desafiante", referiu Lacerda Sales, dando a garantia de que é isso que continuará a ser feito. O Plano outono/inverno, acrescentou, está a ser consolidado "até ao final da semana" e está já a ser "aplicado no terreno ao nível regional e local".
Destacando que "estar a estudar não é esconder" e "estar a trabalhar não é ignorar", o secretário de Estado falou sobre os testes rápidos de antigénio: "Farão, a partir do dia 9 de novembro parte da nossa resposta à pandemia em situações definidas e já explicadas".
Neste momento, "estão a ser ultimados os procedimentos para a sua operacionalização e para a efetiva utilização de testes no SNS", tendo o Governo demonstrado interesse em "um milhão de testes".
Testes de antigénio? "Neste caso, estamos também na linha da frente"
O presidente do Conselho Diretivo do INSA, Fernando Almeida, tomou a palavra para explicar que "a evolução destes testes de antigénio têm de ter um reconhecimento da sua qualidade", vincando neste sentido que "Portugal acompanha tudo o que se faz a nível europeu, mas, neste caso, estamos também na linha da frente".
Os estudos feitos ajudam a "direcionar as escolhas para os tipos específicos de testes e para a sua estratégia de utilização". "Quando falamos em testes rápidos, não podemos, de modo algum, dar a entender que são testes que podem ser feitos por qualquer profissional ou por qualquer pessoa, mas que exigem, como sabem, a colheita por zaragatoa e pessoal especializado", disse ainda.
"Temos feito tudo para que, no que está ao nosso alcance, possamos reforçar o SNS"
Questionado sobre um alerta do Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) para o aumento nos internamentos em Portugal devido à Covid-19, Lacerda Sales reiterou que "temos feito tudo para que, naquilo que está ao nosso alcance, possamos reforçar o SNS e possamos obviamente reforçar aquilo que são os nossos serviços de saúde".
"Ao longo das últimas semanas temos adotado medidas reforçadas de contenção à pandemia. Continuaremos a fazê-lo em função daquilo que são os dados epidemiológicos, tendo em conta aquilo que são as recomendações de todos os organismos, quer nacionais, quer internacionais", frisou.
Testes antigénio vs. Testes PCR
"Pelo facto de haver testes de antigénio não vamos esquecer os testes que temos vindo a utilizar, os PCR. Esses são os métodos considerados de 'gold standard', são esses que devem ser sempre utilizados em primeira linha", esclareceu o presidente do INSA. "Em condições muito específicas, que já fazem parte da norma, em condições de surto, de capacidade de haver alta incidência e em determinadas instituições, escolas, lares, nós podemos ponderar a utilização deste tipo de testes".
E quais as vantagens do teste rápido? Fernando Almeida destacou a "facilidade de utilização", "facilidade de deteção sem grandes equipamentos", mas, sobretudo, "a capacidade de reação a um surto". "A capacidade dos serviços de saúde pública poderem reagir em tempo oportuno e mais rápido a uma situação que pode originar contactos e o aumento dos contactos".
Com estes testes, com resultados em cerca de 30 minutos, "comparando com os outros testes, nós claramente ganhamos aqui uma capacidade de ação e de reação".
Novas medidas? "Poderá haver aumento de casos nos próximos dias"
Remetendo uma decisão para o Conselho de Ministros de amanhã, Lacerda Sales sublinhou que "os estudos de que dispomos [mostram] que poderá haver um aumento significativo de casos diários nos próximos tempos", o que levará "a uma sobrecarga nos serviços de saúde".
O secretário de Estado sublinhou, neste ponto, que tem existido uma cooperação com o privado e os serviços sociais, dando o exemplo do Hospital Fernando Pessoa, que "sempre tem estado a receber doentes Covid". "Sempre temos tido relação com doentes não-Covid com outros hospitais e, neste momento, foi feito um levantamento de necessidades por parte das Administrações Regionais de Saúde também em doentes Covid, nomeadamente com o Grupo Trofa, Lusíadas, CUF. Neste momento estão a ser feitos esses levantamentos de necessidades", revelou.
Já sobre o número de profissionais de saúde infetados, Lacerda Sales afirmou que "o número total é de 6.596", dos quais 800 médicos, 1.801 enfermeiros, 1.655 assistentes operacionais, 166 assistentes técnicos, 249 técnicos superiores de diagnóstico e tratamento e 1.925 de outras funções. Recuperados são 4.617.
Reveja aqui na íntegra a conferência de imprensa:
[Última atualização às 16h30]
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