"Há mais vida para além da Covid". Costa quer aumentar investimento

O primeiro-ministro, António Costa, argumentou hoje que "há mais vida para além da covid" e considerou "absolutamente inadiável" aumentar o investimento público em Portugal, que já cresceu 20% este ano, apesar da pandemia.

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Lusa
09/11/2020 13:20 ‧ 09/11/2020 por Lusa

País

Saúde

"Hoje, a prioridade é muito clara" e passa por combater a pandemia de covid-19, "tratar da recuperação económica e social" do país, afirmou o chefe de Governo, em Évora, na cerimónia de adjudicação das obras do novo Hospital Central do Alentejo.

É preciso "reconstruir" o país para que, "no futuro, seja mais resistente a situações adversas, sejam crises financeiras como a de 2011, sejam crises pandémicas como a que estamos a viver em 2020, sabendo que há sempre mais vida para além do 'covid'", continuou.

E, nesta linha de ação, "o aumento do investimento público é absolutamente inadiável", considerou o primeiro-ministro, referindo que, "ao longo deste ano, não obstante a crise da pandemia" de covid-19, este "aumentou 20%".

O Orçamento do Estado (OE) "que está em apreciação na Assembleia da República prevê um aumento do investimento público em mais 23,2%", destacou Costa.

"O país não era rico e não enriqueceu com a pandemia, mas temos que mobilizar todos os nossos recursos para que seja possível aumentar este nível de investimento", para infraestruturas "que fazem falta ao país" nas áreas da saúde, educação, mobilidade, ambiente, internacionalização da economia, entre outras, aludiu.

Esses são "investimentos absolutamente cruciais" e há que "concentrar a capacidade de investimento" do país porque, se tal for feito, será possível "não só responder à pandemia na sua vertente sanitária, mas também conseguir responder à pandemia nos seus custos económicos e nos seus custos sociais, em particular no desemprego", afirmou.

Neste âmbito, o programa de recuperação e de resiliência da União Europeia (UE) tem um importante papel, porque Portugal, "só em termos de transferências diretas para o território do continente", vai receber "cerca de 13 mil milhões de euros" para "investir nos próximos seis anos", aos quais "se somam" as verbas do programa Portugal 2020 (PT2020), "que está ainda em curso, e o lançamento do próximo PT2030".

Na cerimónia de hoje, em que foi dado "um passo decisivo para a concretização de um investimento que há muitas décadas era ansiado" pelo Alentejo, António Costa apontou o novo hospital central da região como um exemplo do investimento que é necessário continuar a fazer no Serviço Nacional de Saúde (SNS), nesta altura da pandemia de covid-19.

"É muto importante fazermos este ato hoje aqui porque é uma mensagem muito clara que, apesar do esforço enorme que o 'covid' exige, nós não desistimos de fazer o que falta fazer para reforçar o SNS, para além do 'covid'", afiançou, argumentando que o novo hospital vai responder "a uma necessidade que já existia antes do 'covid' e que continuará a existir" depois da pandemia.

O chefe de Governo lembrou ainda que o avanço deste investimento foi suspenso aquando da crise de 2011, mas que, agora, "a resposta" que se dá à atual crise "é precisamente a oposta".

"É aumentar o investimento público fazendo aquilo que é necessário fazer, designadamente este hospital", afirmou, frisando: "Num momento em que estamos com uma crise tão profunda da economia, o Estado tem mesmo que mobilizar os seus recursos" e "os recursos europeus" para "poder fazer estes investimentos e, assim, contribuir para a recuperação económica do país".

O novo Hospital Central do Alentejo, cuja construção está prevista durar 30 meses, vai custar mais de 200 milhões de euros, incluindo cerca de 180 milhões para a construção, com apoios da UE, e 29 milhões para o equipamento.

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