Em comunicado, a Sociedade Portuguesa de Emergência Pré-Hospitalar (SPEPH) destaca a necessidade de reorganização e reforço de meios na sequência do agravamento da situação pandémica, que veio pôr à prova todo o sistema de saúde em particular o de resposta à urgência/emergência.
Por isso, defende a criação de uma rede de ambulâncias que "garantam as evacuações inter-hospitalares, de forma a libertar os meios de emergência pré-hospitalares, que são sistematicamente acionadas para este fim, o que tem vindo, a colocar em causa, a resposta adequada aos pedidos de socorro".
A SPEPH defende também que as ambulâncias devem ser dotadas de "capacidade de testagem, através de testes rápidos à covid-19, por forma, a que os doentes sejam triados, e garantir o seu encaminhamento para as unidades de saúde adequadas, garantindo assim, uma assistência sem atrasos, sem riscos acrescidos para equipas e para a população".
Na nota, a Sociedade pede também uma revisão absoluta do Sistema Integrado de Emergência Médica, que, no seu entendimento, tem, ao longo do tempo, vindo a expor fragilidades, com claras consequências para a saúde das pessoas.
A SPEPH quer também que seja criado um modelo de formação, dedicado à Emergência Médica Pré-Hospitalar, assente nas mais recentes evidências científicas e a definição do regulamento profissional, que estabeleça as competências e regule a atividade dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, sejam estes do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Bombeiros ou Cruz Vermelha Portuguesa.
No comunicado, a SPEPH diz também que deve ser feito um rigoroso planeamento, que implique a garantia das condições de segurança para a presença dos intervenientes na Emergência Médica Pré-Hospitalar.
Por fim, destaca a necessidade de um reforço dos equipamentos de proteção individual (EPI) destinado à Emergência Médica Pré-Hospitalar visando um reequipamento adequado com especial atenção à necessidade de haver material em número suficiente de proteção.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.263.890 mortos em mais de 50,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 3.021 pessoas dos 187.237 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.