Sobre as expectativas em relação à pandemia, o antigo ministro da Saúde, e especialista em Saúde Pública, Adalberto Campos Fernandes defendeu que "a melhor forma de resistir às dificuldades do presente é lidar com a realidade e acreditar no futuro".
Nesse sentido, sublinhou, numa publicação no Facebook, que "é sabido que os sacrifícios são melhor aceites quando compreendidos e percepcionados como justos e necessários para alcançar um objetivo", lembrando que a situação que vivemos "era previsível desde o início da pandemia".
"Sabíamos que, com um elevado grau de probabilidade, iríamos passar por 4-5 meses muito difíceis não apenas no plano sanitário mas também, como se está a ver agora com grande nitidez, no plano económico e social", frisou o antigo responsável da Saúde do Governo PS.
Como tantas outras vezes tem defendido, Adalberto Campos Fernandes argumentou ainda que "para ultrapassar este período difícil é muito importante melhorar a organização e a entreajuda entre todos os setores da sociedade", "protegendo, na saúde e na economia, os mais desfavorecidos" e "resistindo à tentação de prometer o impossível". Ou seja, "lidar com realismo e prudência com os anúncios sobre as vacinas. Os factos são o que são".
O antecessor de Marta Temido avisou que "temos ainda pela frente meses muito difíceis", referindo que "a primavera trará, seguramente, boas notícias". "E, sobretudo, melhores condições para começar a reconstruir a economia e, consequentemente, a esperança de todos numa vida melhor", acrescentou.
Até lá, reconheceu, "será muito útil, para todos nós, uma comunicação oficial espartana, objetiva e alinhada com a realidade". "A confiança das pessoas não pode ser perdida. Isto porque, como sabemos, dos profetas da desgraça não nos livraremos tão cedo. Pelo menos até que a realidade os desanime e a primavera finalmente chegue para que possamos retomar o caminho das nossas vidas", concluiu.
Portugal, que se encontra em Estado de Emergência devido ao agravamento da segunda onda da pandemia, está a cumprir o primeiro fim de semana de recolher obrigatório das 13 horas às 5 horas nos concelhos de elevado risco de transmissão. Nos dias de semana, o recolher obrigatório situa-se entre as 23 horas e as 5 horas. A partir de amanhã, segunda-feira, integram a lista 'negra' 191 municípios, de acordo com a atualização feita pelo Governo na sexta-feira, dia 13.
Este domingo, Portugal somou mais 76 mortes associadas à Covid-19 e notificou, novamente, mais de eis mil infetados. Neste momento, a grande preocupação reside nos internamentos que continuam a aumentar, estando 415 doentes nos Cuidados Intensivos.