O Governo está a "preparar tudo para poder ter a distribuição da primeira vacina [contra a Covid-19] em janeiro", adiantou esta quarta-feira a ministra da Saúde no podcast do PS, Política com Palavra.
Marta Temido referiu que na estratégia de vacinação é necessário fazer a identificação das populações alvo, os grupos prioritários, bem como definir a logística, o registo informático da administração da vacina e a comunicação.
"Designei ontem uma task-force para acompanhar este tema" que "integra várias personalidades e os serviços centrais do Ministério da Saúde, entre os quais a DGS", disse a ministra, adiantando que cabe à autoridade de saúde "fazer essa definição das populações alvo e grupos prioritários".
Nesta entrevista, a governante assinalou que a região do Norte é aquela que está a ser mais pressionada pela pandemia, uma vez que "mais de 60% dos novos casos" estão a surgir nesta região de saúde. Destas novas infeções, "muitas precisaram de cuidados de saúde", outras precisarão de cuidados intensivos e algumas "não sobreviverão à doença".
"Esta é a realidade e é importante que as pessoas a percebam. Os sistemas de saúde podem tratar as pessoas, mas não podem fazer milagres e têm limites", disse, aproveitando para apelar novamente: "Só os comportamentos de todos podem garantir que a vida com alguma normalidade é retomada".
Referindo que neste momento a pressão acontece em todos os hospitais da região Norte, Marta Temido salientou ainda que situação no Tâmega e Sousa "está relativamente mais calma", apesar da ocupação "muitíssimo elevada nos Cuidados Intensivos", sendo que a pressão está agora a "transferir-se para outros concelhos", nomeadamente Guimarães, Santo Tirso, Famalicão, Vila do Conde. "Estas são as zonas onde neste momento temos crescimentos significativos e preocupantes do número de casos".
Em todo o caso, em geral, "a situação do país é complexa e grave", vincou a ministra, reconhecendo que a solução eficaz para conter a pandemia seria o "confinamento", algo a que o Executivo não "gostaria" de voltar. "Gostaríamos de não tomar essa medida, faremos tudo para não a tomar", assegurou.
Sobre a forma como a Direção-Geral da Saúde tem lidado com a pandemia e sobre se mantém a confiança na diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, a ministra respondeu: "Absolutamente".
Veja aqui a entrevista à ministra da Saúde na íntegra: