A ministra da Justiça salientou, esta segunda-feira, que a situação pandémica nos estabelecimentos prisionais de Portugal está "totalmente" controlada, apesar de cerca de 350 reclusos terem testado positivo à Covid-19.
"Temos neste momento uma situação totalmente controlada ao nível de todos os estabelecimentos, não houve ainda necessidade recurso nem ao Sistema Nacional de Saúde, nem a qualquer outra estrutura externa. Os casos são, de uma forma genérica, assintomáticos", garantiu Francisca Van Dunem, após uma reunião com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e a ministra da Saúde, Marta Temido, no Palácio de Belém, em Lisboa.
Ao lado da ministra da saúde, a governante mostrou-se confiante de que foram as medidas tomadas em março, "no sentido de criar espaço", que ajudaram a responder da melhor forma agora. "Estamos a aproveitar essa vantagem e temos, neste momento, a capacidade de isolar as pessoas infetadas e fazer o seu acompanhamento", frisou.
Van Dunem recordou ainda que os serviços prisionais acionaram os planos de contingência nas cadeias afetadas com o novo coronavírus, como foi o caso do Estabelecimento Prisional de Lisboa, Tires, Guimarães, Bragança, Vila Real e Faro.
Questionada sobre a obrigatoriedade de máscaras por parte dos reclusos nos espaços comuns dos estabelecimentos prisionais, a ministra da Justiça sublinhou que os serviços prisionais pediram um parecer à Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a matéria em questão e que aguardam o mesmo para tomar decisões.
"O diretor dos serviços prisionais pediu à DGS um parecer sobre essa matéria, no sentido de saber se devia ou não generalizar o uso da máscara e agora aguardamos", esclareceu a governante, acrescentando que noutros locais como as enfermarias e as aulas os reclusos já usam máscaras.
Recorde-se que o diretor dos serviços prisionais, Rómulo Mateus, revelou ao Expresso que os reclusos não usam máscara nos espaços comuns como o pátio ou a cantina e que não fazia sentido o seu uso nesses locais das prisões uma vez que não teria grande efeito já que os reclusos costumam partilhar cigarros e objetos como telemóveis.
Recorde-se que, neste momento, há 435 infetados com o novo coronavírus, entre reclusos e funcionários das cadeias num universo de 12 mil pessoas.