O Orçamento do Estado para 2021 foi esta quinta-feira aprovado no Parlamento, com o tema Novo Banco a aquecer o debate entre os partidos. A Assembleia da República viabilizou a proposta de alteração do Bloco de Esquerda que visa anular a transferência da verba de 476 milhões do Fundo de Resolução para o Novo Banco.
Na sequência disso, o primeiro-ministro já contactou o Banco Central Europeu (BCE), tendo garantido a Christine Lagarde que Portugal "cumpre as suas obrigações contratuais".
"Portugal é um Estado de direito que cumpre as suas obrigações contratuais. Falei com a Presidente do BCE, Lagarde, a quem garanti o escrupuloso cumprimento dos compromissos assumidos no quadro da venda do Novo Banco", pode ler-se num tweet partilhado ao final da tarde desta quinta-feira.
#Portugal é um Estado de direito que cumpre as suas obrigações contratuais. Falei com a Presidente do BCE, @Lagarde, a quem garanti o escrupuloso cumprimento dos compromissos assumidos no quadro da venda do Novo Banco. pic.twitter.com/Noas8HjOr7
— António Costa (@antoniocostapm) November 26, 2020
Reagindo à aprovação do OE2021, António Costa, que hoje assinala cinco anos na função de primeiro-ministro, afirmou que o quadro atual é "muito duro" mas que "hoje saímos da Assembleia com uma nova ferramenta que é o Orçamento do Estado, que reforça as condições do SNS para enfrentar a pandemia, para protegermos as famílias", apoiar "o emprego" e as "empresas".
E avisou:"Tudo faremos para que aqueles que quiseram brincar com o fogo não queimem o país", numa alusão à questão do Novo Banco.
De acordo com o primeiro-ministro, na atual conjuntura do país, em que se enfrenta "uma crise grave" sanitária, económica e social, "é muito triste ver aqueles como o Bloco de Esquerda, que acompanhou o Governo nos últimos cinco anos, não hesitarem em desertar perante a primeira dificuldade".
"E é muito triste ver que um político com tantos anos de experiência como o doutor Rui Rio se permite deitar pela janela a credibilidade de afirmações que fez sobre portagens para votar uma disposição única e exclusivamente para poder obter uma popularidade efémera. Ora, a vida política não é feita para a popularidade efémera, mas para se cumprir o dever de se servir Portugal e os portugueses", defendeu António Costa.
Por sua vez, Rui Rio argumentou que votou em coerência com aquilo que sempre disse. "Sobre o Novo Banco eu disse sempre a mesma coisa. Por isso, o PS sabe que está a MENTIR quando diz que assim não é, e que hoje 'dei uma cambalhota'", defendeu, acusando o PS de estar "pouco habituado à coerência na política". "Lida bem melhor com o seu contrário".
Sobre o Novo Banco eu disse sempre a mesma coisa. Por isso, o PS sabe que está a MENTIR quando diz que assim não é, e que hoje “dei uma cambalhota”.O PS está pouco habituado à coerência na política. Lida bem melhor com o seu contrário. https://t.co/V4nZ9AEOeU
— Rui Rio (@RuiRioPSD) November 26, 2020