Os critérios da vacinação contra a Covid-19 já estão concluídos, noticia a SIC Notícias, dando conta que o primeiro grupo a ser vacinado será o das pessoas entre 50 e os 75 anos com doença muito grave.
De acordo com a estação televisiva, o documento elaborado pela comissão técnica da vacina já foi entregue ao Ministério da Saúde e e ao grupo de trabalho que vai planear a campanha de vacinação.
No primeiro grupo da população a ser vacinado estão incluídos, além das pessoas entre 50 e 75 anos que têm doença grave, os utentes e funcionários dos lares de terceira idade.
Nesta fase, refere a SIC Notícias, a comissão não incluiu nos grupos prioritários as pessoas com mais de 75 anos, uma vez que as farmacêuticas produtoras das vacinas e a própria Agência Europeia do Medicamento (EMA) não apresentaram ainda evidência científica da eficácia das vacinas neste grupo. Profissionais de saúde que estão na primeira linha (que trabalham nos cuidados intensivos e enfermarias onde estão hospitalizados doentes com a doença) também integram o primeiro grupo.
O segundo grupo da população a ser vacinado contra a Covid-19 integra pessoas entre os 50 e os 75 anos com doença de risco mas de menor gravidade, assim como os restantes profissionais de saúde e outras pessoas institucionalizadas.
A 'task force' criada pelo Governo para coordenar o plano, desde a estratégia de vacinação à operação logística associada, tem um mês para definir todo o processo.
O despacho publicado hoje em Diário da República, assinado pelos ministros da Defesa Nacional, Administração Interna e Saúde, dá conta de que esta equipa tem um mandato de seis meses, renovável em função do progresso da operacionalização da vacinação contra a covid-19.
Ao núcleo de coordenação da 'task force' compete entregar em 30 dias todos os documentos necessários para definir na totalidade o plano de vacinação contra a Covid-19, tanto do ponto de vista da logística (armazenamento e distribuição das diferentes vacinas), como da estratégia de vacinação (identificação dos grupos alvo prioritários, administração e seguimento clínico de resultados e reações adversas).
Deve ainda definir um plano de comunicação com a população sobre a vacinação contra a Covid-19, "tendo em vista a disponibilização de informação, de forma objetiva, clara e transparente sobre o processo", refere o despacho.
Tem ainda de articular com os organismos responsáveis nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores todos os aspetos necessários à concretização do plano de vacinação contra a Covid-19 naquelas regiões.
"A 'task force' pode promover audição de organismos relevantes, como associações públicas profissionais e, sempre que entender necessário, solicitar o apoio de outros peritos ou de outras instituições para o desenvolvimento dos trabalhos a realizar", acrescenta o despacho.
Os elementos que participam na 'task force' não auferem qualquer remuneração pelo exercício das suas funções.
Na semana passada, o primeiro-ministro revelou que Portugal estava preparado para comprar cerca de 16 milhões de doses de três vacinas contra a covid-19 e adiantou que Bruxelas prepara um combate às campanhas de desinformação em relação à vacinação.
Esta quarta-feira, a ministra da Saúde garantiu que o risco de Portugal não estar preparado para vacinar contra a Covid-19 quando a vacina for distribuída é "zero", referindo que "há muito" que o país se está a preparar. Na semana passada, Marta Temido avançou que o Governo estava a "preparar tudo" para começar a distribuição da primeira vacina em janeiro.