"Já estamos desde há algum tempo a trabalhar neste assunto, cada município no seu contexto e depois em termos metropolitanos. (...) No dia 04 de dezembro, os presidentes de câmara vão reunir com o presidente da CCDR-N [António Cunha] para lhe expor as suas prioridades e também para ouvir o que a CCDR tem a dizer, e seguirmos em frente", revelou hoje o presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP], Eduardo Vítor Rodrigues.
O autarca, que lidera também a Câmara de Vila Nova Gaia, admite que já foi consumido "algum tempo" neste processo de transição e que, as bases do trabalho a desenvolver, assentem ainda no trabalho desenvolvido pelo presidente da CCDR-N, Freire de Sousa.
"Eu não tenho grandes expectativas para já consolidadas. A gente espera sempre que as coisas vão para melhor, é a primeira reunião, vamos ouvir", disse.
Eduardo Vítor Rodrigues avisou, contudo, que "a CCDR tem de ter ser a voz da região e não a voz do Governo na região".
O ex-reitor da Universidade do Minho, foi em eleito em outubro, presidente da CCDR-N, tendo obtido 2.397 votos entre os 3.304 autarcas que votaram.
Numa primeira reação aos resultados, o novo presidente da CCDR-N referiu que a eleição marcava o início de nova fase "complexa e decisiva no futuro da Região", com muitos desafios e pouco tempo para o fazer.
"O presente e o futuro estão cheios de oportunidades - tanto no atual ciclo de instrumentos de financiamento comunitário, como naquele que se avizinha -, mas também de incertezas, atrasos e questões por esclarecer. Nesse contexto exigente, a CCDR-N terá de reencontrar-se com a sua melhor tradição de planeamento estratégico e de gestão proactiva e exigente", assinalou numa resposta à Lusa, na ocasião.
E acrescentou: "o Norte é, quer ser e tem de ser uma região motora e uma região liderante, para bem de si mesmo e para o bem de Portugal".
Perto de 4100 eleitos de 86 concelhos participaram pela primeira vez, no dia 13 de outubro, na votação para eleger o futuro presidente da CCDR-N.
Depois destas primeiras eleições (indiretas) para as CCDR, António Cunha sucede a Freire de Sousa, nomeado em 2016 pelo Governo para o cargo.
Quando anunciou a sua candidatura, o ex-reitor revelou que o convite resultou de "um acordo entre os dois partidos", PS e PSD.
Com cerca de 3,6 milhões de habitantes, a região do Norte concentra quase 35% da população residente em Portugal, assegura perto de 39% das exportações nacionais e representa cerca de 29% do Produto Interno Bruto (PIB) da economia nacional, descreve a CCDR-N na sua página oficial na Internet.
As CCDR são serviços desconcentrados da Administração Central, dotados de autonomia administrativa e financeira, incumbidos de executar medidas para o desenvolvimento das respetivas regiões, como a gestão de fundos comunitários.