No âmbito da Semana Europeia da Prevenção de Resíduos, o Electrão desenvolveu uma campanha de sensibilização - 'Não vamos fechar os olhos ao Planeta' -, alertando para a necessidade de combater o “lixo invisível”.
Segundo o Relatório do Estado do Ambiente de 2019, a produção total de resíduos urbanos em Portugal continental atingiu os 4,94 milhões de toneladas em 2018, o que representa um aumento de 4,2% face a 2017.
Com efeito, esta campanha teve como objetivo "alertar os portugueses para a quantidade de 'lixo' que produzimos diariamente, para a urgência de repensar o nosso consumo, para a importância da reutilização e para a necessidade de encaminhar os resíduos para reciclagem", refere a comunicação do Electrão - Associação de Gestão de Resíduos, em declarações ao Notícias ao Minuto.
Podemos repensar as nossas escolhas e consumir com consciência"
De acordo com os responsáveis, "sabemos que não podemos simplesmente deixar de consumir porque existem bens que são necessários, mas podemos repensar as nossas escolhas e consumir com consciência, optando por alternativas mais sustentáveis e que gerem menos resíduos".
Com efeito, "um dos primeiros passos para esta mudança é olhar para os resíduos como algo com valor porque o nosso 'lixo', efetivamente, tem valor. Uma lata usada, uma torradeira antiga, ou até um saco de plástico sujo têm valor porque podem ter uma segunda vida se os reutilizarmos ou encaminharmos corretamente para reciclagem. Esta é a primeira escolha, se não encaminharmos corretamente os nossos resíduos, eles não se tornam invisíveis, pelo menos não aos olhos do Planeta".
Com efeito, o termo 'lixo invisível' pode dividir-se em duas situações. Pode ser usado para designar "todos os resíduos gerados antes sequer dos produtos que compramos chegarem às nossas mãos, por exemplo, os 86 quilos de resíduos que se geram para produzir um telemóvel de 200 gramas".
Muitos dos resíduos misturados perdem o potencial de reciclagem porque são contaminados e acabam a poluir os solos, os oceanos e o ar"
Ou podemos usá-lo "numa perspetiva de pós consumo e de encaminhamento de resíduos. Muitas vezes os cidadãos enquadram a gestão de resíduos como algo longínquo, como uma responsabilidade alheia, mas não é. Quando misturamos todos os resíduos num saco, este saco não se torna invisível nem desaparece por magia ao ser colocado no contentor. Muitos dos resíduos misturados perdem o potencial de reciclagem porque são contaminados e acabam a poluir os solos, os oceanos e o ar".
Questionado quanto ao caminho que o país tem desenvolvido no domínio da reciclagem, a comunicação do Electrão – Recolha e Reutilização sublinha que, "apesar de já existirem muitos portugueses a encaminhar os seus resíduos para reciclagem, o que fazemos a nível nacional ainda não é suficiente para atingir as metas de reciclagem impostas pela União Europeia. Podemos considerar que ainda temos um longo caminho a percorrer nesta área e o Electrão tem aqui um papel crucial em termos de atividade e de educação e sensibilização".
É, pois, "necessário que haja uma maior consciencialização da população para o tema da separação e da reciclagem e é imperativo promover uma mudança de comportamentos. Acreditamos que o trabalho que o Electrão tem vindo a desenvolver tem ajudado os portugueses a conhecer o sistema de reciclagem e o que se passa para além de cada contentor de recolha de resíduos. Este trabalho, esta compreensão e esta transparência são fundamentais para conseguirmos chegar aos resultados necessários para o país e para o Planeta. O Electrão cá está, para dar a mão aos portugueses e às empresas nesta jornada por um futuro mais sustentável".
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