"Sempre em obediência ao meu propósito, que é também um compromisso, simples e direto: cada português conta", disse esta tarde o atual Presidente da República, anunciando depois que é candidato à Presidência da República.
"A minha primeira palavra é para vos dizer que sou candidato à Presidência da República: porque temos uma pandemia para enfrentar, porque temos uma crise económica e social para vencer, porque temos uma oportunidade única de, além de vencer a crise, mudar para melhor Portugal".
O atual chefe de Estado explicou, ainda, que o trabalho deve continuar a ser feito "com proximidade, com descrispação, com pluralismo democrático, mas diálogo e convergência no essencial".
"Porque não vou sair a meio de uma caminhada exigente e penosa, não vou fugir às minhas responsabilidades, não vou trocar o que todos sabemos irem ser a adversidades e as impopularidades de amanhã pelo comodismo pessoal ou familiar de hoje", disse.
Marcelo Rebelo de Sousa indicou que, "como há cinco anos", cumpre, assim, "um dever de consciência".
Sobre o facto de anunciar a sua recandidatura agora, a menos de um mês antes do limite para o fazer, Marcelo indicou que havia decisões que queria tomar como Presidente e não como candidato. "Anuncio-vos isto só hoje porque quis promulgar as novas regras eleitorais antes de convocar a eleição. Porque quis convocar a eleição como Presidente antes de avançar como cidadão. E ainda - e sobretudo - porque perante o agravamento da pandemia no outono quis tomar decisões essenciais sobre a declaração do segundo estado de emergência, as suas renovações e a sua projeção até janeiro, em tempos tão sensíveis como o Natal e o fim do ano, como Presidente e não como candidato".
Por último, o chefe de Estado garantiu que "quem avança para esta eleição é exatamente o mesmo que avançou há cinco anos". "Sou exatamente o mesmo: orgulhosamente português e, por isso, universalista; convictamente católico e, por isso, dando primazia à dignidade da pessoa, ecuménico e contrário a um estado confessional; assumidamente republicano e, por isso, avesso a nepotismos, clientelismos e corrupções; determinadamente social-democrata e, por isso, defensor da Democracia e da Liberdade".
Neste último ponto, Marcelo Rebelo de Sousa aclarou que fala de "toda" a Liberdade: "a pessoal, a política, a económica, a social, a cultural, não da chamada democracia iliberal, que não é democrática". "Nem da Liberdade que o não é plenamente, por ser vivida na pobreza, na ignorância ou na dependência".
Marcelo Rebelo de Sousa anunciou assim, esta tarde de segunda-feira, na pastelaria Versailles, em Belém, a recandidatura ao cargo de Presidente da República, quando faltam menos de dois meses para as eleições presidenciais, marcadas para 24 de janeiro de 2021.
Sublinhe-se que as candidaturas têm de ser apresentadas formalmente perante o Tribunal Constitucional até 30 dias antes das eleições, que, neste caso, seria a 24 de dezembro. A campanha eleitoral decorrerá entre 10 e 22 de janeiro.
Entre os candidatos a Belém estão, para além do atual Presidente da República, a socialista Ana Gomes, o comunista João Ferreira, Marisa Matias, do Bloco de Esquerda, e André Ventura, do Chega.