Domingos Dias referiu que o primeiro caso nos lares da Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) foi detetado a 26 de novembro, no âmbito de um rastreio interno feito com recurso a testes rápidos.
Os testes realizados posteriormente confirmaram um total de 61 utentes e 25 funcionários positivos nos dois lares que a Misericórdia possui em Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real.
Segundo o responsável, entre o total de utentes das duas estruturas residenciais para idosos (ERPI) nove fizeram testes negativos ao novo coronavírus. Ali trabalham 52 funcionários.
O provedor mostrou-se preocupado com a situação e adiantou que, "felizmente", a maioria se encontra "assintomática".
Entre os utentes, cinco estão hospitalizados, sendo que um se encontra em estado considerado "mais debilitado" porque também padece de outras patologias.
"Os outros, segundo as indicações que temos, estão a recuperar bem. Contamos que recuperem e regressem rapidamente à instituição", frisou.
O provedor enalteceu o trabalho desenvolvido pelas funcionárias da instituição e referiu que, algumas das que testaram positivo e que estavam assintomáticas, optaram por continuar a trabalhar com os idosos na ala covid-19.
Não foi, também por isso, necessário recorrer a equipas externas à IPSS para apoiar os utentes.
Domingos Dias referiu estar agora à espera de orientações por parte da Direção-Geral da Saúde (DGS), mas apontou para breve o fim do período de confinamento obrigatório.
O provedor explicou que a IPSS implementou "medidas rigorosas" desde a primeira vaga da pandemia de covid-19, tendo, inclusive, adquirido uma máquina de ozono para fazer a "desinfeção permanente das instalações".
"Tínhamos o cuidado máximo em todas as regras que nos foram comunicadas, no distanciamento e uso de máscara, na alimentação e na separação dos utentes, nas limpezas frequentes com desinfeção, e acabamos por não conseguir fugir a esta praga que assola o mundo e atinge os lares", lamentou.
Com as visitas canceladas, o trabalho na IPSS está organizado em espelho, com os funcionários a cumprir turnos de 10 dias.
Vila Pouca de Aguiar integra o grupo de municípios em risco muito elevado e, segundo os dados divulgados pelo Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) do Alto Tâmega e Barroso, tem 191 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus, que provoca a covid-19.
Desde o início da pandemia o concelho regista 482 casos positivos.
Portugal contabiliza pelo menos 5.192 mortos associados à covid-19 em 332.073 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da DGS.
O país está em estado de emergência desde 9 de novembro e até 23 de dezembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado.