Além da avaliação dos prédios contíguos, que decorreu a partir das 15:30, e da remoção do entulho do prédio que ardeu e dos carros destruídos, não há informação quanto à busca pelo jovem desaparecido, um homem de 24 anos, que é um dos nove moradores que se encontram desalojados.
Pelas 19:30, está previsto um novo ponto de situação por parte do vereador da Proteção Civil da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Castro.
"Temos instruções que podem pernoitar", disse João Pontes, funcionário do 'hostel' Green Heart, em declarações aos jornalistas no local, pelas 17:30, após a avaliação das condições do prédio.
Localizado no n.º 37 da rua de Santa Marta, o 'hostel' tem alojados 25 hospedes, que apanharam "um susto enorme" com o incêndio no prédio do n.º 41 que se registou pelas 07:48 de hoje, indicou João Pontes.
Segundo o funcionário do 'hostel', os hospedes estavam a dormir, sentiram que o prédio abanou, ouviram vidros a partir e observaram poeira no ar, pelo que saíram do edifício e ninguém ficou ferido.
Sobre as condições do edifício do 'hostel', João Pontes disse que "aparentemente não é nada de grave", adiantando que os danos materiais são portas e vidros partidos.
Pelas 17:30, uma equipa de funcionários do estabelecimento de alojamento local entrou no edifício para preparar as condições para o regresso dos hospedes ainda hoje, apesar de que "não há gás na rua".
A viver no 'hostel' há dois meses, Waleska Moraes, de 23 anos, estava no edifício aquando o incêndio e a expulsão no prédio vizinho, contando que "escutou imenso barulho como se fosse um terramoto".
"A gente acordou assustados, descemos todos para ver o que tinha acontecido e vimos que o prédio ao lado tinha-se desmoronado", relatou.
Apesar da resposta de que podem voltar a pernoitar no estabelecimento de alojamento local, Waleska Moraes confidenciou que a maioria dos hospedes não quer voltar, "com medo, porque estão ainda assustados".
"Já não estou tão assustada, mas também não ia querer voltar", referiu a hospede, indicando que, devido à pandemia da covid-19, o 'hostel' estava a arrendar quartos para as pessoas que querem estar mais tempo e maioria dos hospedes são brasileiros, franceses e espanhóis.
Recusando-se a voltar a pernoitar no 'hostel', a brasileira Waleska Moraes vai para a casa de uma amiga e, futuramente, pensa só voltar para pegar os pertences, inclusive os documentos, e arrendar um outro local para poder morar.
"Não conseguiria ficar lá depois do que aconteceu", desabafou.
Ao início da tarde de hoje, o vereador da Proteção Civil da Câmara de Lisboa afirmou que falta localizar apenas um dos nove moradores do prédio no centro de Lisboa que ardeu de manhã, admitindo que possa estar sob os escombros.
"Neste momento, das nove pessoas que viviam no local falta identificar só uma", disse Carlos Castro num balanço aos jornalistas, feito às 13:00, em que deu conta de que foi localizado um dos dois moradores dados como desaparecidos, que não se encontrava no edifício aquando da explosão.
Dos nove moradores do número 41 da Rua de Santa Marta, estavam no edifício cinco, que foram transferidos para o hospital, dos quais um está em estado grave no hospital de São José e os restantes já tiveram alta hospitalar.
Segundo Carlos Castro, foram retiradas 47 pessoas dos edifícios contíguos, que serão avaliados durante tarde, para perceber se há condições para os moradores regressarem.
O alerta para a explosão, seguida de incêndio, de um prédio de habitação na rua de Santa Marta, foi dado às 07:48, segundo os bombeiros.
A parte da frente do edifício ruiu e várias projeções atingiram o Hospital de Santa Marta, disse o vereador.
A explosão atingiu também viaturas estacionadas naquela rua, que se encontra cortada ao trânsito.