Profissionais de imagem pedem retoma dos casamentos e propõem um plano
A Associação Portuguesa dos Profissionais da Imagem (APP Imagem) pediu hoje que o Governo volte a permitir a realização de casamentos e apresentou um plano de contingência com medidas para reduzir a transmissão do SARS-CoV-2 nos eventos.
© ShutterStock
País Covid-19
A APP Imagem, que representa cerca de 2.500 profissionais da fotografia e vídeo, foi hoje ouvida pela comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, para explanar as dificuldades que o setor atravessa devido à pandemia do novo coronavírus.
Segundo o presidente da associação, Hélder Couto, muitos daqueles profissionais vivem da realização de casamentos, atividade que está "completamente parada" e, apontou, representa quase 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e movimenta cerca de 4.000 milhões de euros na economia portuguesa.
"O que mais precisamos é voltar à nossa atividade, precisamos de voltar a trabalhar, porque se um ano já foi negro, dois anos será uma razia no setor, vamos extinguir um setor que é extremamente importante para o nosso país", afirmou Hélder Couto.
Assim, a associação propõe a realização de um plano de contingência, que elimine ou "reduza substancialmente" a possibilidade de transmissão do vírus nos eventos, e apontou que as mesmas medidas estão já a ser adotadas em outros países, como por exemplo, no Reino Unido, para permitir a realização de festivais.
Conforme explicou aos deputados José Maia, proprietário de um espaço para eventos, o que se pretende com o plano de contingência é que todos dos participantes nos eventos provem o cumprimento de um de cinco pré-requisitos para poderem participar.
Neste sentido, os participantes poderiam participar mediante o cumprimento de um dos seguintes requisitos: prova de vacinação contra o SARS-CoV-2, demonstração de teste serológico positivo que demonstre imunidade adquirida, demonstração de alta médica que indica que a pessoa já esteve infetada e terá imunidade, prova de ausência de infeção com demonstração de teste PCR realizado no máximo 72 horas antes do evento ou teste rápido antigénio realizado até 12 horas antes, ou, no limite, realizado na admissão do evento.
O presidente da APP Imagem manifestou a abertura da associação para discutir estas propostas e receber outras que se venham a considerar pertinentes.
"Em março ou abril, quando reabriram o negócio, não dos casamentos, mas dos estúdios fotográficos, nós contactámos a DGS [Direção-Geral da Saúde], porque elaborámos um plano de higiene e segurança para as pessoas poderem ir ao estúdio de forma segura e confortável. [...] Até hoje não recebemos nenhuma resposta", apontou Hélder Couto.
As mesmas propostas hoje apresentadas aos grupos parlamentares foram já apresentadas à secretária de Estado da Economia, acrescentou a associação, porém, apesar de lhes ter sido dito que elas seriam transmitidas às autoridades de saúde, não obtiveram qualquer resposta até ao momento.
O responsável da APP Imagem adiantou ainda que as empresas do setor têm recorrido aos apoios que o Governo tem disponibilizado para apoiar o tecido empresarial, mas sublinhou que só a reabertura dos eventos poderá ajudar os cerca de 50% de associados que ainda se mantêm a exercer a profissão.
"Não estamos aqui à procura de incentivos económicos e financeiros, estamos convencidos de que isso não vai resolver o nosso real problema, tendo em conta o tempo em que esta situação já se arrasta e porque temos consciência de que o recursos de que o Governo dispõe não são infindáveis. [...] A única coisa que queremos garantir é que as pessoas que vierem aos eventos não vão transmitir a doença", acrescentou José Maia.
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