Logo após ter sido foi vacinada contra a Covid-19 a primeira pessoa em Portugal - o diretor de doenças infecciosas do Hospital de São João, António Sarmento - a ministra da Saúde classificou o momento como "um momento cheio de simbolismo". "Simboliza a capacidade que temos de trabalhar em conjunto", disse, referindo-se às equipas de profissionais de saúde, do SNS e de outros setores, mas também das várias instituições que permitiram que a vacina chegasse a Portugal.
Houve "uma capacidade da UE de alocar meios financeiros, congregar esforços no processo de negociação conjunto e também para que a distribuição da vacina acontecesse no mesmo dia. Todos estes factos para dizer que a união nos torna mais fortes e é, mesmo, a única forma de ultrapassarmos as coisas mais difíceis que a vida nos traz", disse Marta Temido.
A governante referiu ainda que "é muito aquilo que temos de enfrentar" e apelou "a que consigamos manter este sentido de união e de trabalho em conjunto". "Se conseguimos chegar até aqui foi porque caminhámos juntos. Foi porque conseguimos perceber que a união é a melhor forma de ultrapassar as dificuldades e de sairmos desta pandemia garantindo agora a melhor rapidez e efetividade das vacinas num momento ainda com muitos desafios para o SNS ao longo do inverno, do que será a primavera", acrescentou.
Sobre a escolha de vacinar os profissionais de Saúde antes dos idosos, a ministra explicou tratar-se de uma "escolha pragmática num momento que é apenas o primeiro de uma fase". "Recebemos vacinas ontem, vamos receber mais vacinas amanhã e nas quatro semanas de janeiro, nessa altura a vacinação deve passar dos profissionais de saúde para os residentes em lares para idosos", garantiu.
Quanto ao novo lote de vacinas que está previsto chegar segunda-feira a Portugal, a governante disse que das 70.200 vacinas, 9.750 irão para a Região Autónoma dos Açores e o mesmo número para a Região Autónoma da Madeira.
"E haverá a necessidade de garantir a segunda toma da vacina e depois procederemos à reserva de metade daquilo que é a parte sobrante. Ou seja, feitas estas contas, sobrariam cerca de 40 mil vacinas, vamos manter em reserva metade. Vamos ter para administrar da próxima entrega que acontecerá amanhã [segunda-feira] um pouco mais de 20 mil doses de vacinas. O que tínhamos programado é continuar a vacinação em estruturas de cuidados de saúde", descreveu.
Por fim, Marta Temido regressou a palavras como "esperança" e "confiança" para que "o processo corra com a normalidade possível".
A ministra da Saúde que, de seguida, vai para o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra. Na segunda-feira, Marta Temido vai deslocar-se aos hospitais Curry Cabral e Santa Maria, em Lisboa, para acompanhar a inoculação das primeiras doses da vacina da Pfizer e da BioNTech.
Os profissionais dos centros hospitalares universitários do Porto, Coimbra, Lisboa Norte e Lisboa Central são os primeiros a ser vacinados.
Recorde-se que a iniciativa abrange ao longo dos próximos dois dias os 27 estados-membros da União Europeia. O primeiro lote de 9.750 doses da vacina desenvolvida pela Pfizer-BioNTech chegou este sábado a Portugal e vai ser complementado na segunda-feira com um segundo contingente de 70.200 doses.
A primeira fase de vacinação, entre o dia de hoje e o final de março de 2021, tem prevista a chegada de 1,2 milhões de doses de uma vacina que é facultativa, gratuita e universal, sendo assegurada pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).
[Notícia atualizada às 11h08]