"Já se nota uma inversão na tendência do surto", porque "há colaboradores que estavam positivos e que já testaram negativo, e estão a regressar à sua vida laboral normal", afirmou hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Vendas Novas, Luís Dias.
O surto de covid-19 no Lar Nossa Senhora da Saúde, que pertence à Casa do Povo de Vendas Novas, foi detetado no dia 14 deste mês, depois de um funcionário fazer um teste com resultado positivo, por ter sintomas da doença.
Hoje, o presidente do município indicou que, em relação ao anterior balanço feito à Lusa do surto na instituição, foram registados mais três mortos, que ocorreram no "período do Natal", o que fez subir para cinco o total de óbitos.
No entanto, assinalou Luís Dias, neste surto, nem 50% dos utentes do lar foram infetados pelo vírus da covid-19, uma vez que tiveram teste positivo para o novo coronavírus 22 dos 53 residentes, além de nove funcionários.
Atualmente, dois dos funcionários infetados já recuperaram da doença e seis idosos com covid-19 encontram-se internados no Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), adiantou.
Segundo o autarca alentejano, no concelho de Vendas Novas, "não há mais nenhum surto identificado" e os casos de covid-19 que surgiram são na comunidade.
O mais recente relatório da situação epidemiológica do concelho, com dados de terça-feira, mostra que existem em Vendas Novas 132 casos ativos da doença provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2.
Luís Dias adiantou que a câmara municipal já aprovou um apoio extraordinário no valor de 32 mil euros para ajudar a Casa do Povo de Vendas Novas, cuja capacidade financeira "foi ao limite" devido ao surto.
"Houve necessidade de contratar uma equipa externa para cuidar dos idosos" quando o lar da instituição ficou "sem uma boa parte" dos funcionários, referiu, notando que o apoio vai ser concedido através do Fundo de Emergência Municipal.
Posteriormente, sublinhou, a fatura vai ser enviada à Segurança Social, porque "não é responsabilidade das câmaras municipais estarem a assumir" esta despesa, embora o façam num primeiro momento e para "não deixar as populações sem apoio".
"A responsabilidade terá de ser imputada a quem de direito, nomeadamente à Segurança Social, que é a entidade que tinha, numa primeira linha, de intervir, mas por falta de meios não o fez e nós compreendemos isso também", disse.
"O distrito de Évora tem um conjunto de surtos que ocupam todas as equipas, mas nós e outros municípios chegámo-nos à frente automaticamente para que não faltasse nada aos nossos idosos", acrescentou.
Portugal contabiliza pelo menos 6.751 mortos associados à covid-19 em 400.002 casos confirmados de infeção, segundo o mais recente boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).