Apesar da vacina, "sabemos que a pandemia poderá ainda ter várias fases"

Ministra da Saúde defendeu que o Governo tem "a firme convicção de que conseguiremos enfrentar as adversidades" que a pandemia venha ainda a colocar, apesar do arranque da vacinação, e enfatizou o caminho percorrido no Serviço Nacional de Saúde, com as intervenções em hospitais e aquisições de materiais. "Falta agora aquilo que sabemos que é mais difícil" - a componente dos recursos humanos.

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Melissa Lopes
30/12/2020 16:35 ‧ 30/12/2020 por Melissa Lopes

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Saúde

A ministra da Saúde enalteceu esta quarta-feira o facto de o Serviço Nacional de Saúde ter passado de 463 camas de cuidados intensivos, com os respetivos ventiladores, para um número que hoje já está perto das mil camas, incluídas todas as tipologias.

Em termos de ventiladores, "passamos de 1.142 para 1.961", sublinhando que a maioria dos ventiladores já estão distribuídos e a funcionar nos hospitais", correspondendo a um investimento de 60 milhões de euros.

O investimento nas estruturas de cuidados intensivos, como a que hoje foi inaugurada no Hospital Amadora-Sintra, foi um complemento.

"Há neste momento nove hospitais do SNS que já completaram aquilo que eram os seus investimentos em alargamento, expansão ou remodelação de instalações de Cuidados Intensivos". Segundo Marta Temido, tratou-se de um "esforço significativo", mas que "não está concluído ainda", prosseguindo ao longo do próximo ano.

"É um esforço que vai permanecer no primeiro semestre de 2021, com a conclusão do nosso planeamento", que envolve, além destes nove, mais seis hospitais "que também estarão preparados para ter esta expansão".

"No total dos 35 hospitais com serviços de medicina intensiva, vamos conseguir atingir 24 intervenções em instalações", assegurou a governante.

"Falta agora aquilo que sabemos que é mais difícil", disse, referindo-se à "componente dos recursos humanos".

Ainda assim, "também aí temos feito caminho", destacou, recordando os 280 contratos por tempo indeterminado celebrados com enfermeiros, assistentes operacionais e alguns médicos, ao abrigo do regime excecional.

"Mas temos ainda caminho para percorrer", frisou Marta Temido, defendendo que "temos de continuar a concretizar aquilo que foi o concurso recentemente aberto para o ciclo de estudos especiais em medicina intensiva que prevê 48 postos de formação, e pôr no terreno, no início de 2021, o outro concurso para mais 46 postos de trabalho".

Tudo isto "é uma arquitetura sofisticada, não é algo que se consiga como simplesmente realizar uma aquisição, essa já a fizemos, não é algo tão simples como intervir em infraestruturas, isso estamos a fazer", afirmou, assinalando que o SNS é "uma aposta contínua".

"Uma aposta que tem na sua base os profissionais que são, sem dúvida nenhuma, o melhor garante que temos para oferecer aos portugueses de que, cá estaremos, também em 2021, para continuar a trabalhar para a saúde de todos", realçou.

Marta Temido salientou também que o Governo estará preparado para enfrentar as dificuldades que ainda venham a surgir até ao fim da pandemia.

"Sabemos que estamos longe de ultrapassar este enorme desafio com que fomos confrontados, sabemos que a pandemia poderá ainda ter várias fases, já aprendemos a lidar com a incerteza, temos a firme convicção de que conseguiremos enfrentar as adversidades que se nos venham a colocar, como temos feito até agora", disse, passando depois a palavra ao primeiro-ministro, que saiu hoje do isolamento profilático.

Leia Também: AO MINUTO: Maior n.º de casos desde 5 de dezembro; Maioria quer a vacina

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