"Processo de vacinação vai ser longo. A Covid-19 vai continuar entre nós"

Primeiro-ministro reforçou a mensagem de que o arranque do processo de vacinação contra a Covid-19 não significa que o país possa "baixar a guarda" em relação às regras que têm sido aplicadas até aqui.

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Melissa Lopes
30/12/2020 16:39 ‧ 30/12/2020 por Melissa Lopes

País

Pandemia

António Costa, que acabou de completar um período de isolamento profilático, quis começar por deixar "uma mensagem de solidariedade aos 91.089 portugueses que também se encontram a cumprir os 14 dias de isolamento".

"Desejo a todos que possam completar o seu período em boa saúde", disse, após a inauguração da nova Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF), recorrendo à sua própria experiência: "Sei bem que estes dias parecem uma eternidade que nunca mais acaba, mas posso assegurar que os 14 dias acabam mesmo".

Costa afirmou que "o país tem vivido com muita emoção, entusiasmo até e reforço de confiança o processo que se iniciou nos últimos dias" no que toca à vacinação. No Amadora-Sintra, entre ontem e hoje, mais de 800 profissionais de saúde serão vacinados, assinalou.

O chefe do Executivo alertou, contudo, que "o processo de vacinação vai ser longo" e que, "não obstante hoje sabermos que há mesmo uma vacina, que a indústria foi capaz de a produzir, que somos mesmo capazes de as receber, armazenar, distribuir e aplicar, a Covid-19 vai continuar entre nós".

Tudo isso significa, reforçou o primeiro-ministro, "que não podemos baixar a guarda", insistindo que as regras de proteção individual têm de continuar a ser aplicadas.

"A mim bastou-me almoçar com uma pessoa contaminada [Emmanuel Macron] para ficar 14 dias em isolamento", lembrou, pedindo a todos os cidadãos "muito cuidado". "Muito cuidado, apesar da vacina, é preciso continuarmos a ter muito cuidado".

O primeiro-ministro afirmou ainda, em resposta aos jornalistas, que o Governo não dará este ano tolerância de ponto no Ano Novo por ser necessário "um período de contenção" para avaliar os efeitos que poderá ter tido o aligeirar das medidas no Natal.

António Costa adiantou que, também por esse motivo, "será seguramente prorrogado o atual estado de emergência".

"A administração central não terá este ano tolerância de ponto. Como sabem, optámos por medidas muito restritivas na passagem de ano, já que no período de Natal felizmente pudemos aligeirar e agora precisamos de um período de contenção para avaliar os resultados", afirmou.

António Costa considerou que só na segunda semana de janeiro será possível "avaliar o impacto que o Natal teve" no número de casos de covid-19. "Esperamos que não tenha tido o efeito nefasto que teve noutros países, estou confiante que não", disse.

Questionado sobre o aumento do número de casos hoje registado - 6.049 novos casos, o mais alto desde 05 de dezembro, dia em que foram reportados 6.087 -, o primeiro-ministro disse que "muito provavelmente" são a compensação do menor número de testes realizados no período natalício.

"Os efeitos verdadeiros do Natal ainda é cedo para os termos presentes, se eles existirem seguramente chegarão entre a próxima semana e a semana seguinte, é só fazer as contas", disse.

Por essa razão, António Costa manifestou a convicção que o atual estado de emergência, que termina em 7 de janeiro, "será seguramente automaticamente prorrogado" para que se possam avaliar esses efeitos.

"Vamos voltar a ter 15 dias de grande contenção para que tudo possa correr bem", disse.

Leia Também: Apesar da vacina, "sabemos que a pandemia poderá ainda ter várias fases"

 

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