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Simone realça dimensão da carreira internacional do fadista

A cantora Simone de Oliveira realçou hoje a carreira internacional do fadista Carlos do Carmo, e a dimensão que atingiu, da qual "os portugueses não têm noção", como afirmou à agência Lusa.

Simone realça dimensão da carreira internacional do fadista
Notícias ao Minuto

14:45 - 01/01/21 por Lusa

País Carlos do Carmo

Vencedor do Grammy Latino de Carreira, que recebeu em 2014, entre outros galardões, o percurso de Carlos do Carmo, que morreu hoje, em Lisboa, aos 81 anos, passou pelos principais palcos mundiais, como o Olympia, em Paris, a Ópera de Frankfurt, o 'Canecão', no Rio de Janeiro, e o Royal Albert Hall, em Londres.

Amiga do fadista, Simone recordou que foi Carlos do Carmo o responsável por ter voltado a cantar, depois de ter perdido a voz, em finais da década de 1960, após a sua vitória no Festival RTP da Canção, em 1969, com "Desfolhada Portuguesa".

"Eu era locutora de continuidade no Casino da Figueira [da Foz] e apresentava os meus colegas e amigos, e um dia apresentei o Carlos [do Carmo], e fui lá para trás sossegada, até que de repente ele chamou-me: 'Ó Simone, chega aqui'. Pensei que me tinha esquecido de algo, mas não. Ele deu-me o braço e pediu à orquestra para tocar dois tons abaixo a canção 'The Shadow of your Smile', que cantámos juntos e foi assim. Aprendi a cantar com outra voz", contou Simone de Oliveira à agência Lusa.

Simone disse que "Carlos do Carmo era absolutamente um homem do espetáculo, do 'showbiz'".

"Do Carlos fica a sua maneira de interpretar, a voz única, os poetas que trouxe, e era um homem um bocado libertário", afirmou Simone de Oliveira, que se referiu ainda ao fadista e amigo, como "um homem interessante e inteligente".

Carlos do Carmo morreu hoje, aos 81 anos, no hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Nascido em Lisboa, em 21 de dezembro de 1939, Carlos do Carmo era filho da fadista Lucília do Carmo (1919-1998) e do livreiro Alfredo Almeida, proprietários da casa de fados O Faia, onde começou a cantar, até iniciar a carreira artística em 1964.

Vencedor do Grammy Latino de Carreira, que recebeu em 2014, entre outros galardões, o seu percurso passou pelos principais palcos mundiais, do Olympia, em Paris, à Ópera de Frankfurt, do 'Canecão', no Rio de Janeiro, ao Royal Albert Hall, em Londres.

Em 1976, venceu o Festival RTP da Canção com "Uma Flor de Verde Pinho", de Manuel Alegre e José Niza, e representou Portugal no Festival da Eurovisão, em Haia, onde alcançou o 12.º lugar.

Despediu-se dos palcos no passado dia 09 de novembro de 2019, com um concerto no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

"No Teu Poema", "Um Homem na Cidade", "Flor de Verde Pinho", "Os Putos", "Canoas do Tejo", "Lisboa, Menina e Moça", "Bairro Alto", "Por Morrer uma Andorinha", "Fado do Campo Grande" e "Fado da Saudade", com o qual ganhou um Prémio Goya, em Espanha, foram alguns dos seus êxitos.

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