Após a visita ao polo de Lisboa do Hospital das Forças Armadas, a ministra da Saúde esclareceu que estão a ser equacionadas soluções para garantir que "todo o sistema de saúde está à disposição". Questionada sobre se pode voltar a ser considerada a instalação de hospitais de campanha, a governante garantiu que "sim", acrescentando que há "várias estruturas que estão com várias tipologias de respostas".
"Há as designadas estruturas de apoio de retaguarda e depois há estruturas medicalizadas, há uma muito significativa aqui nesta zona, que é o centro de apoio médico de Belém, também uma estrutura das Forças Armadas e depois há estruturas hospitalares mesmo", explicou.
Já sobre o agravamento da pandemia que o país enfrenta e de que forma isso está relacionado com o aligeiramento das medidas durante o período do Natal, a ministra admitiu essa possibilidade mas afirmou que também a evolução da doença conduziu a esta situação.
"Todos os países da União Europeia estão a assistir um aumento no número de casos independentemente daquilo que tenham aplicado no mês de dezembro. Isto coincide, naturalmente, com alguma abertura que aconteceu, pela ocasião do período das festas, mas acontece também muito por força daquilo que é a própria evolução da doença e o período climatérico que estamos a atravessar", disse.
A ministra da Saúde referiu ainda que "sabíamos que este mês ia ser extraordinariamente difícil", apontando que "isso resolve-se com os serviços de saúde a articularem-se e a responderem o melhor possível, não obstante o cansaço, que é muito".
Requisição civil?
Sobre a possibilidade de uma requisição civil, a responsável pela tutela da Saúde admitiu que "é uma hipótese". "Como sabem a utilização, preferencialmente por acordo, de capacidade instalada no setor público, no setor privado e no setor social está prevista no decreto presidencial que enquadra este Estado de Emergência, e não hesitaremos em lançar mão desse mecanismo, quando não conseguirmos por acordo e obviamente nunca dispensando justa compensação, ultrapassar as dificuldades".
"Acima de tudo estamos cá para responder aos portugueses", disse Marta Temido.
Sobre as escolas, a ministra disse que o Governo vai ouvir na terça-feira os peritos, um aconselhamento que considerou "muito importante".
"Tomámos uma opção no passado mês de março em relação a esta matéria, numa altura em que o aconselhamento técnico ia num determinado sentido e o Governo decidiu encerrar porque considerava que assim se conseguia conter a transmissão de um fenómeno novo e que conhecíamos ainda mal", afirmou.
"Hoje, o conhecimento é muito diferente e sabemos os efeitos nefastos que o encerramento de escola trouxe sobre os processos de aprendizagem , de escolarização, sobretudo dos mais frágeis, os mais vulneráveis, e é um tema que temos de encarar com a maior ponderação porque é sem duvida uma decisão extrema", acrescentou.
Recorde-se que o Governo confirmou, este sábado, que o país entrará num novo confinamento geral, semelhante ao que vigorou em março e abril, num contexto em que o país tem atingido, nos últimos dias, novos máximos de óbitos, contágios e de internamentos.
[Notícia atualizada às 14h04]