"Vamos manter a escola em funcionamento e esta é a única, nova e relevante exceção", disse o primeiro-ministro, António Costa, no final da reunião do Conselho de Ministros, durante a qual foram decididas as novas medidas do novo confinamento.
"Iremos manter em pleno funcionamento todos os estabelecimentos educativos como tem estado a funcionar até agora", acrescentou, sublinhando que nesta decisão foram ouvidos pais, encarregados de educação e diretores escolares.
Segundo um documento distribuído durante o 'briefing' do chefe do Governo, a medida aplica-se a creches, escolas e universidades.
António Costa explicou que a medida se prende com "a necessidade de não voltar a sacrificar a atual geração de estudantes".
Já na terça-feira, o ministro da Educação tinha defendido, no parlamento, a manutenção das aulas presenciais, referindo que o ensino à distância prejudica as aprendizagens dos alunos, em especial os mais carenciados.
Hoje António Costa voltou a salientar os impactos negativos do ensino à distância: "Depois de avaliarmos bem as consequências irrecuperáveis para o processo educativo que a interrupção letiva das atividades presenciais teve no ano passado, não podemos voltar a repetir este ano a mesma regra".
O primeiro ministro prometeu que os estabelecimentos de ensino iriam estar abertos "com as cautelas que tornaram a escola segura".
António Costa reconheceu que o "tema divide a comunidade científica, mas une a comunidade educativa", referindo-se aos representantes dos pais e encarregados de educação assim como dos diretores escolares.
Na terça, o primeiro-ministro e líderes partidários estiveram reunidos com especialistas para avaliar a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, não havendo consenso entre os peritos quanto à melhor solução para as escolas.
"Estamos a viver o momento mais perigoso, mas também um momento de mais esperança", afirmou António Costa, pedindo às pessoas se fixem na regra de "ficar em casa" e não nas exceções.
O nono Estado de Emergência foi aprovado hoje no parlamento e entra em vigor na quinta-feira, mantendo-se em vigor até 30 de janeiro.
Portugal ultrapassou hoje os 500 mil casos de infeção com o novo coronavirus registados desde o início da pandemia, em março de 2020, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
De acordo com o boletim epidemiológico da DGS, com o registo de 10.556 novos casos nas últimas 24 horas, Portugal atingiu hoje os 507.108 casos confirmados de infeção com o novo coronavírus, que provoca a doença covid-19.