Em declarações à porta do estabelecimento prisional de Aveiro, aonde se deslocou hoje para receber os votos dos reclusos para as eleições presidenciais 2021, Ribau Esteves disse que os casos de covid-19 que têm sido registados nos locais de trabalho e nas escolas "são mínimos".
"Não é aí que está o problema. O problema está em casa, nos convívios das pessoas e nas festas ilegais, e o Governo está a centrar as medidas para o sítio onde não está o problema", disse Ribau Esteves.
O autarca começou por manifestar "solidariedade e compreensão" para com o Governo nas medidas que tomou, afirmando, no entanto, uma "discordância profunda" em relação a algumas delas.
"Não posso concordar que fechem a cultura. O nível de segurança dos nossos museus, do nosso Teatro Aveirense, das nossas salas de exposições -- e sei que é assim no país -- é total. Há aqui regras que objetivamente não fazem sentido", observou.
Ribau Esteves considera que a pressão na sensibilização, mas também na atuação das autoridades policiais, tem de ser feita sobre os comportamentos individuais.
"Não há problema nenhum em ir a uma sapataria, em ir a um teatro, em ir a uma sala de exposições onde se cumprem as regras e onde está lá gente a tomar conta. Na nossa casa ninguém toma conta. Nos ajuntamentos, quando não há ninguém a ver, ninguém toma conta e é aí que tem estado o problema", disse.
Ribau referiu ainda que a Câmara de Aveiro tem atualmente pouco mais de 20 funcionários em teletrabalho, garantindo que o nível de segurança no município é "altíssimo".
"Tivemos um contágio em cenário de trabalho, no início da segunda vaga. Os outros colegas positivos - que felizmente foram muito poucos - foram todos em contágio familiar", relatou.
Portugal vai regressar ao dever de recolhimento domiciliário, a partir das 00:00 de sexta-feira, tal como em março e em abril.
O decreto do Governo que regulamenta o novo estado de emergência devido à pandemia da covid-19, em vigor entre as 00:00 de sexta-feira e as 23:59 de 30 de janeiro, determina o encerramento de espaços culturais e estabelecimentos comerciais.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.979.596 mortos resultantes de mais de 92,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 8.384 pessoas dos 517.806 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.