"Infelizmente não penso que essa decisão venha a ter impacto significativo nas movimentações que desde já não se fazem", disse o ministro da Economia quando questionado sobre a decisão das autoridades britânicas em relação aos voos com origem em Portugal, hoje conhecida.
O governante enquadrou esta posição no facto de atualmente as pessoas não estarem a viajar ou viajarem muito pouco devido às restrições de circulação existentes. "Em todo o lado as restrições à circulação são muito grandes. No Reino Unido o 'lockdown' é muito intenso, abrange praticamente todas as atividades e, portanto, não acho que as pessoas em qualquer caso estejam a deslocar-se", disse o governante.
Siza Vieira admitiu que as autoridades britânicas -- que justificaram a decisão pelas fortes ligações entre Portugal e o Brasil, país onde circula uma nova variante do novo coronavírus -- talvez desconheçam que Portugal exige a todos os passageiros oriundos do Brasil um teste à covid-19 realizado nas 72 horas anteriores ou a realização de um teste à chegada, pelo que considerou a situação de "bastante extrema".
O Governo britânico anunciou hoje que vai suspender ligações aéreas de Portugal e Cabo Verde para Inglaterra para tentar impedir a entrada da estirpe brasileira do SARS-CoV-2, e proibiu também chegadas do Brasil e de outros países sul-americanos.
"Tomei a decisão urgente de proibir chegadas da Argentina, Brasil, Bolívia, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela a partir de sexta-feira após informação sobre uma nova variante no Brasil", anunciou o ministro dos Transportes, Grant Shapps, através da rede social Twitter.
As viagens de Portugal para o Reino Unido também serão suspensas "devido às suas fortes ligações com o Brasil, funcionando como mais uma forma de reduzir o risco de importação de infeções".