Profissionais do Ensino Superior querem ser prioridade da vacinação

Professores, investigadores e restantes funcionários do ensino superior querem pertencer aos grupos prioritários de vacinação contra a covid-19, uma vez que as escolas permanecem abertas durante o novo confinamento que começou hoje.

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Lusa
15/01/2021 13:07 ‧ 15/01/2021 por Lusa

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Covid-19

"Estamos perante um novo cenário em que todos os profissionais estão numa situação de exceção, porque mantêm um contacto diário com alunos e colegas", disse Mariana Gaio Alves, a nova presidente do Sindicato Nacional de Ensino Superior (SNESup), defendendo que "este cenário obriga a repensar as prioridades de vacinação" definidas no final do ano passado.

Começou hoje um novo confinamento em que "a regra é ficar em casa" mas, entre as exceções, estão os estabelecimentos de ensino, que se mantêm abertos com ensino presencial, ao contrário do que aconteceu em março quando também a comunidade escolar ficou fechada em casa.

E é por causa desta mudança que Mariana Gaio Alves entende que também deve ser repensada a lista dos grupos prioritários na vacinação contra a covid-19.

Sem querer passar à frente dos profissionais de saúde nem de quem trabalha em lares, a professora sublinha que quem está nas escolascontacta diariamente com muitas pessoas.

"A lista dos grupos prioritários foi anunciada no final do ano passado, mas o cenário alterou-se", afirmou, acrescentando que os profissionais de ensino fazem agora parte do grupo que continua a trabalhar diariamente fora de casa.

O SNESup pede também a realização sistemática de testes de despistagem da infeção à comunidade escolar.

Esta foi precisamente uma das medidas decididas na quarta-feira em Conselho de Ministros, mas Mariana Gaio Alves considera que "ficou pouco claro" como se irá realizar a campanha de testagem prometida por António Costa.

"A testagem intensiva e sistemática de todos os estabelecimentos de ensino é importante porque traz tranquilidade e permite uma monitorização da situação que permite evitar contágios", explicou.

A presidente do SNESup lembrou que algumas instituições de ensino superior têm feito essa monitorização junto da sua comunidade escolar, assim como há situações que levam as autoridades de saúde a pedir a realização de testes.

Ao sindicado têm chegado os resultados dessa monitorização que por vezes se traduz em "alguns surtos" mas os resultados dos exames mostram que os estabelecimentos de ensino não são espaços de contágio.

Mariana Gaio Alves atribuiu o baixo número de surtos ao trabalho desenvolvido pelas instituições de ensino superior, tais como criar corredores de circulação, ter mais higienização dos espaços, reduzir o número de alunos por turma ou manter algumas aulas online.

O SNESup saudou também a medida do Governo de manter o ensino presencial, lembrando que este modelo é o que garante mais equidade entre os alunos, até porque alguns continuam a viver em zonas onde a internet não chega.

Além disso, não basta ter um computador para passar do presencial para o ensino à distância. Para garantir as aprendizagens é preciso também mudar técnicas e formas de ensinar: "As aulas online são uma solução de emergência", alertou.

A posição do SNESUp vai no mesmo sentido de outros sindicatos de professores, como a Fenprof ou a Federação Nacional de Educação, e dos diretores escolares que também aplaudiram a manutenção do ensino presencial, mas exigem que os profissionais das escolas passem a integrar os grupos prioritários de vacinação e a realização de testes.

O novo Estado de Emergência começou hoje e termina no próximo dia 30 de janeiro.

Leia Também: Manter escolas abertas é "medida arriscada", diz antigo ministro

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