Associação condena ataque aos médicos e exige fim da app StayAway Covid

A D3 - Defesa dos Direitos Digitais condena o INESCTEC que, hoje, apontou a falta de organização, a falta de formação de médicos e a burocracia como elementos que justificam a falha da app StayAway Covid.

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Filipa Matias Pereira
15/01/2021 20:21 ‧ 15/01/2021 por Filipa Matias Pereira

País

Covid-19

A Associação sem fins lucrativos D3 - Defesa dos Direitos Digitais condena, esta sexta-feira, o ataque do INESCTEC aos médicos e exige o fim da app StayAway Covid.

Em nota enviada às redações, a D3 recorda que o "presidente do INESCTEC veio hoje culpar os médicos pelo fracasso da app StayAway Covid". A notícia, divulgada pelo jornal Público, surge depois de o Instituto já ter "culpado os portugueses por não aderirem ou a CNPD por fazer o seu papel". Defende a associação que o "INESCTEC continua a encontrar desculpas para o não funcionamento da app e a disparar culpas em todas as direções, menos para si próprio".

Para a D3, "num momento tão crítico como aquele que vivemos, é imperdoável pressionar ainda mais os médicos com críticas injustas. Sugerir que profissionais altamente capacitados como os médicos não conseguem carregar em botões, ou que precisam de formação para carregar em botões, serve somente o propósito de desviar as culpas sobre a ineficácia da app".

Ora, a Associação de Defesa dos Direitos Digitais reconhece que, "em qualquer solução de natureza técnica, é normal e expectável a existência de diversas variáveis de natureza social que podem dificultar a sua implementação e sucesso".

Por isso, as declarações que hoje vieram a público mostram que o "INESCTEC foi arrogante e precipitado ao não incluir fatores sociais elementares nos seus cálculos e promessas sobre a eficácia da app. Infelizmente, a arrogância continua: a app não funciona (como já tínhamos avisado), mas a culpa naturalmente não é deles", ataca.

No entanto, não foi apenas em Portugal que a app não funcionou, lembra a D3 ao explicar que o fracasso foi "geral, simplesmente porque a experiência revelou que a hipótese testada não era adequada a alcançar o objetivo pretendido".

Com efeito, defende a Associação que "seria primordial que todos os intervenientes neste debate tirassem as devidas conclusões desta experiência". Devem os "decisores políticos adaptar as políticas públicas à evolução do conhecimento, o que significa aceitar que a Stayaway App não é uma forma fiável de limitar a progressão da pandemia - e não há qualquer problema nisso".

A D3 apela ainda que o INESCTEC "assuma a responsabilidade pela enorme distração que proporcionou à sociedade portuguesa e que, em nome da integridade científica, saiba admitir que a sua experiência falhou".

O Público revelou hoje que "60% já apagaram a StayAway Covid: são 1,8 milhões de portugueses". Escreve o jornal que, "cinco meses depois de ser lançada, a aplicação StayAway Covid só foi usada para enviar alertas de contágio 2.708 vezes".

Esta é a altura de "fazer um balanço e repensar a utilização [da app] e para "dar por encerrado este projeto, que já há muito deu o pouco que tinha a dar".

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