"São encerradas as Universidades Sénior, os centros de dia e de convívio", disse António Costa no final da reunião do Conselho de Ministros extraordinário realizada hoje para rever as restrições para controlar a pandemia e que foram aprovadas na passada na quinta-feira.
O Conselho de Ministros desta segunda-feira, que teve como objetivo aprofundar normas que "têm sido objeto de abuso" e "alargar o quadro de restrições" aprovado na passada sexta-feira, decidiu ainda proibir a circulação entre concelhos do continente ao fim de semana.
As medidas de confinamento geral para combater a covid-19, agora reforçadas, entraram em vigor às 00:00 de sexta-feira.
De acordo com o líder do executivo, entre sexta-feira e domingo registou-se uma redução da movimentação das pessoas na ordem dos 30% em relação ao mesmo período da semana anterior - um resultado que considerou insuficiente.
Entre o agravamento das medidas aprovadas esta segunda-feira está a proibição das vendas ao postigo nas lojas do ramo não alimentar e de bebidas, incluindo café, nos estabelecimentos do ramo alimentar.
Os espaços de alimentação nos centros comerciais vão estar encerrados mesmo em regime de 'take-away' e está proibida a permanência e consumo de bens alimentares à porta ou nas imediações dos estabelecimentos do ramo alimentar.
A lista de proibições abrange ainda a realização de campanhas de saldos, promoções e liquidações que promovam a deslocação e concentração de pessoas.
Os trabalhadores não colocados em teletrabalho vão ter de circular com credencial da empresa e as grandes empresas de serviços terão de enviar uma lista nominal para a Autoridade para as Condições do Trabalho dos funcionários em regime presencial.
As universidades seniores, os centros de dia e de convívio vão ficar encerrados no âmbito das novas medidas de confinamento.
As escolas vão manter-se abertas em ensino presencial, já que "as ondas de crescimento de pandemia" ocorreram em tempos de pausa letiva, revelou o primeiro-ministro.
As forças de segurança vão ter mais visibilidade na via pública e reforçar a sua ação fiscalizadora, acrescentou.
O primeiro-ministro remeteu para mais tarde a data de entrada em vigor das novas medidas, tendo em conta que o Governo ainda vai "ultimar" a redação final do diploma, que posteriormente será enviado ao Presidente da República e publicado em Diário da República.
Portugal contabilizou esta segunda-feira 167 mortes, um novo máximo de óbitos em 24 horas relacionados com a covid-19, e 6.702 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
O boletim epidemiológico da DGS revela também que foram ultrapassados os cinco mil internamentos hospitalares por covid-19, estando 5.165 pessoas internadas, mais 276 do que no domingo, das quais 664 em unidades de cuidados intensivos, ou seja, mais 17.
Desde o início da pandemia, em março de 2020, Portugal já registou 9.028 mortes associadas à covid-19 e 556.503 infeções pelo vírus SARS-CoV-2, estando ativos 135.886 casos, mais 1.875 do que no domingo.