"Temos vindo a defender que precisamos de cerca de 200 a 250 farmacêuticos nos hospitais", afirmou Ana Paula Martins na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença covid-19 e do processo de recuperação económica e social.
Segundo a bastonária, os farmacêuticos desempenham funções "absolutamente determinantes" nos hospitais portugueses, "sobretudo nas últimas semanas, relativamente à vacinação contra a covid-19", e alertou os deputados para a "enorme necessidade de ter uma política para as profissões, no âmbito do SNS".
"Justiça seja feita ao Governo que aprovou uma carreira que há 20 anos os farmacêuticos lutaram para ter, mas, da mesma forma que a aprovou em 2017, a verdade é que estamos em 2021 e a residência farmacêutica [vagas nos hospitais] ainda não abriu", assegurou Ana Paula Martins.
Segundo disse a bastonária, sem a abertura da carreira farmacêutica, o Serviço Nacional de Saúde não terá condições para recrutar estes profissionais, uma situação que se agrava tendo em conta a necessidade de substituição de recursos humanos, devido às saídas que se verificam no SNS.
"O sistema privado tem já a aplicação da respetiva carreira nos grandes grupos hospitalares e por alguma razão o fazem", referiu.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.075.698 mortos resultantes de mais de 96,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 9.465 pessoas dos 581.605 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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