Numa entrevista ao jornal Expresso, o coordenador da 'task-force', Francisco Ramos diz que está a ser trabalhada uma proposta "para que possam ser incluídos entre os prioritários os titulares de altos cargos de decisão", considerando que "é essencial estarem protegidos".
Francisco Ramos explica que a Direção-Geral da Saúde já fez uma primeira proposta e, dentro da 'task force', "está a trabalhar-se no sentido de chegar a uma definição final".
"Os titulares de altos cargos inserem-se aqui. Mas não só. Estamos a falar também de bombeiros, que não são profissionais de saúde, mas que trabalham na emergência pré-hospitalar e transporte de doentes urgentes. Estamos a falar de cerca de 16 mil pessoas", afirmou.
O responsável apontou ainda as Forças Armadas, sublinhando: "Não basta ser militar para entrar neste primeiro grupo. O primeiro critério é este: qual é a participação destas entidades na proteção para a pandemia e na execução do plano de vacinação? O transporte de vacinas, por exemplo, é feito por elementos da PSP e da GNR, e essas pessoas são essenciais".
"Mas este é um trabalho ainda em curso. Mesmo que já tivesse pronto, estas pessoas ainda não tinham sido vacinadas porque a primeira prioridade foi para os profissionais de saúde, funcionários e residentes em lares", acrescentou.
A proposta do pedido por parte dos professores para serem igualmente considerados prioritários, Francisco Ramos responde: "A única situação que nos impede de atender a essas reivindicações é a escassez de vacinas".
"Não é uma questão de ter ou não razão. Com certeza que terão e haverá certamente mais de um milhão de portugueses que mereceriam ser considerados nesta fase. Mas não há vacinas disponíveis e temos mesmo de fazer escolhas, identificando os que são muito prioritários", justificou.
Francisco Ramos frisa que, "se tudo correr bem e numa versão otimista", pode ser possível ter seis a sete milhões de portugueses vacinados (para atingir a imunidade de grupo) no verão.
Adianta também que estão a ser considerados centros específicos para vacinação, mas que a responsabilidade dos processos "será sempre das equipas dos Centros de Saúde".
"São essas que há dezenas de anos garantem a vacinação de todos os portugueses e que dão a segurança de que o processo vai correr bem", afirmou o responsável, acrescentando que as autoridades vão "tentar encontrar locais mais confortáveis, mais acessíveis, onde a administração de vacinas possa decorrer de forma mais célere".
"Esses centros de vacinação só vão ser necessários quando tivermos quantidades suficientes [de vacinas] que o justifiquem", afirmou.
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