"A abertura de camas, de enfermarias, de cuidados intermédios e de cuidados intensivos não pode estar alheada da afetação adequada de recursos humanos médicos e de enfermagem. Todos os planos de contingência definidos já estão ultrapassados", alertou o SRCOM em comunicado.
Segundo o presidente do SRCOM, perante a "realidade complexa da pandemia" da covid-19 na região Centro, que obriga a "medidas de exceção para a monitorização de doentes críticos", a Administração Regional de Saúde e o Ministério da Saúde têm de implementar "soluções de emergência".
"Neste momento tão exigente e difícil, não se pode continuar a criar camas sem o devido aumento de profissionais de saúde. É estar a criar a ilusão de uma capacidade que não existe, já que doentes em camas sem profissionais de saúde a tratar desses doentes, não é uma solução", salientou Carlos Cortes.
De acordo com a SRCOM, a atual situação "só está a contribuir para o cansaço, a exaustão e o `burnout´ dos profissionais" de saúde, sendo necessário um "reforço urgente de recursos humanos".
"É hora de olhar para todas as possibilidades. A Administração Regional de Saúde do Centro tem de assumir todas as hipóteses para salvar doentes críticos", salientou Carlos Cortes.
Portugal registou hoje 274 mortes relacionadas com a covid-19, o maior número de óbitos em 24 horas desde o início da pandemia, e 15.333 casos de infeção com o novo coronavirus, também um novo máximo diário, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
O anterior máximo diário de casos de infeção tinha sido registado a 20 de janeiro (14.647) e Portugal ultrapassou hoje a barreira dos dez mil mortos desde o início da pandemia, em março do ano passado.
O boletim epidemiológico de hoje revela também que estão internadas 5.922 pessoas, mais 143 do que na sexta-feira, das quais 720 em unidades de cuidados intensivos, ou seja, mais cinco.